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sexta-feira, 6 de setembro de 2013
MUDEZ
No gesto de quem tem apenas por defesa
o amor, que desconhece os marcos da razão,
tu ficaste a me olhar com tamanha surpresa,
e não disseste si, nem disseste não!
E, como um fauno, a rir, e te sabendo presa,
sentindo junto ao meu bater teu coração,
com volúpia pagã quis manchar-te a pureza,
e não disseste sim, e nem disseste não!
Se houvesse consentido, eu te acharia fútil:
se negasses, decerto eu logo pensaria
que o teu amor cessava, e era um amor inútil.
Foi bom que assim ficasse. Houve mais emoção.
Pois nesse teu silêncio, a minha'alma sentia
que, não dizendo sim, não me disseste não!
Gilberto Mendonça Teles
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sexta-feira, 6 de setembro de 2013
MUDEZ
No gesto de quem tem apenas por defesa
o amor, que desconhece os marcos da razão,
tu ficaste a me olhar com tamanha surpresa,
e não disseste si, nem disseste não!
E, como um fauno, a rir, e te sabendo presa,
sentindo junto ao meu bater teu coração,
com volúpia pagã quis manchar-te a pureza,
e não disseste sim, e nem disseste não!
Se houvesse consentido, eu te acharia fútil:
se negasses, decerto eu logo pensaria
que o teu amor cessava, e era um amor inútil.
Foi bom que assim ficasse. Houve mais emoção.
Pois nesse teu silêncio, a minha'alma sentia
que, não dizendo sim, não me disseste não!
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