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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

CHUVA



Era uma chuva tão pura
mas tão triste e fina e fria.
Era uma cinza de inverno,
fumaça de água,
fatia
ou faca de aço nas árvores,
chagando a terra macia,
pondo lodo nos caminhos,
angústia no que se via.
Tristeza brava,
de chumbo,
cavalo azul que mordia
a tarde,
o campo,
a distância
nos pastos da ventania.
Seu rato mole,
de sombra,
sulcava o tempo,
dormia
nos pêlos úmidos, cheios
da vida que se escondia
sob o silêncio das pedras,
das raízes, do que havia
longe dos olhos dos homens,
longe dos olhos do dia.


Gilberto Mendonça Teles
In: "Pássaro de Pedra"

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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

CHUVA



Era uma chuva tão pura
mas tão triste e fina e fria.
Era uma cinza de inverno,
fumaça de água,
fatia
ou faca de aço nas árvores,
chagando a terra macia,
pondo lodo nos caminhos,
angústia no que se via.
Tristeza brava,
de chumbo,
cavalo azul que mordia
a tarde,
o campo,
a distância
nos pastos da ventania.
Seu rato mole,
de sombra,
sulcava o tempo,
dormia
nos pêlos úmidos, cheios
da vida que se escondia
sob o silêncio das pedras,
das raízes, do que havia
longe dos olhos dos homens,
longe dos olhos do dia.


Gilberto Mendonça Teles
In: "Pássaro de Pedra"

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