Ernani Rosas nasceu em na pequena cidade de Desterro em 31 de março
de 1886 e viveu grande parte da vida no Rio de Janeiro. Filho do
poeta, jornalista e político Oscar Rosas - homem influente, amigo
do simbolista Cruz e Sousa - especula-se que a genialidade do pai
tenha intimidado o filho. Morreu em 1954 aos 69 anos e em vida,
publicou apenas ‘Certa Lenda Numa Tarde’ - Paráfrasis de Narciso;
Poemas do ópio; Silêncios. (...)
Era um homem reservado que tentou ficar o máximo possível no
anonimato. Deixou manuscritos que foram descoberto por Iaponam
Soares numa caixa na Academia Catarinense de Letras. Com isso foi
ganhando espaço. Primeiro no livro ‘Poesia de Ernani Rosas’,
organizado em 1988 por Iaponam e Danila Varella, com a
transcrição de 88 poemas.
Sua cidade, Desterro, foi tema de ‘Cidade do Ócio: entre sonetos
e retalhos’, livro organizado pela professora da UFSC, Zilma
Gesser Nunes, doutora em Teoria Literária, que quebra de vez o
anonimato da obra de Ernani e dá voz ao poeta por meio desta
coletânea formada por 525 poemas inéditos e belos.
“Esta é uma obra de paixão e resgata uma poesia de rara sensibilidade,
com muita musicalidade e o emprego de imagens e combinações insólitas
deste estranho poeta que, marginalizado em vida, ainda que resgatado
nos dias de hoje, continua quase um solene desconhecido na literatura
brasileira” Zahidé Muzart
Ernani Rosas era um homem misterioso. A julgar pelos raros textos
que falam sobre seu cotidiano e sua obra, parece que vivia escondido
como se tivesse se auto-imposto um exílio. Um homem que preferia
escrever a falar e, sensível às dores do mundo, traduzia seu
desencanto em versos. Raramente se encontram fotos dele.
Ernani segue em permanente descoberta por pesquisadores,
estudiosos e amantes da poesia. Quanto mais se conhece da obra,
mais aguçada fica a curiosidade do leitor.
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