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Os cavalos do tempo são de vento.
Têm músculos de vento,
nervos de vento, patas de vento, crinas de vento.
Perenemente em surda galopada,
passam brancos e puros
por estradas de sonho e esquecimento.
Os cavalos do tempo vão correndo.
Vêm correndo de origens insondáveis,
e a um abismo absoluto vão rumando.
Passam puros e brancos, livres, límpidos,
no indescontínuo imemorial esforço.
Ah! são o eterno atravessando o efêmero:
levam sombras divinas sobre o dorso...
Tasso da Silveira
(Regresso à Origem, 1960)
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