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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

'LIBERTAÇÃO'


Nossos desejos se purificaram e o nosso pensamento foi subindo, ascendendo, serenando...
Nossas paixões se altearam
como o vento, que, depois de varrer o pó do chão,
para as estrelas trêmulas se eleva,

e, mais alto que a sombra, além da treva,


fica ressoando,


longe e livre, na ignota solidão...



Tasso da Silveira


(SILVEIRA In MURICY, 1936, p. 167-168)
.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

'Primavera'


Ouro flutuando
pelos ramos desfolhados
nos ipês floridos.

Delores Pires

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"O Vento e Eu"



O vento morria de tédio
porque apenas gostava de cantar
mas não tinha letra alguma para a sua própria voz,
cada vez mais vazia...
Tentei então compor-lhe uma canção
tão comprida como a minha vida
e com aventuras espantosas que eu inventava de súbito,
como aquela em que menino eu fui roubado pelos ciganos
e fiquei vagando sem pátria, sem família, sem nada neste vasto mundo...
Mas o vento, por isso,
me julga agora como ele...
E me dedica um amor solidário, profundo!

Mário Quintana

sábado, 15 de setembro de 2012

"As horas desfeitas"

Das horas, que é feito,
que é feito do encanto
da musica dos dias
do teu canto
de puras harmonias?
Longe de nós o pranto
o peito não nos vinha
triste magoar.
Rumoroso era o espanto
que sentíamos de amar.
De amarmo-nos sem cessar.
Das horas, que é feito?
Hoje tudo desfeito
foi-se em fumo e vento e sombra
e turvo mar.

Natal, RN, 03/06/1984.


Luiz Rabelo
In: Poemas

"POESIA"


Tudo, para ser poesia,
precisa de sentimento,
ser pensamento que cria,
indo além do pensamento.

Ser força que se irradia,
ser ideia e sofrimento,
ser contrario à noite e ao dia,
ser igual ao som do vento.

Ser o chão, ser a escalada,
ser a essência do lamento
uma dor que do alto cai...

Ser tudo não sendo nada,
nada mais que o desalento
de um soluço que se esvai...

Natal, RN, 16/07/1986



Luiz Rabelo
In: Poemas

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

'LIBERTAÇÃO'


Nossos desejos se purificaram e o nosso pensamento foi subindo, ascendendo, serenando...
Nossas paixões se altearam
como o vento, que, depois de varrer o pó do chão,
para as estrelas trêmulas se eleva,

e, mais alto que a sombra, além da treva,


fica ressoando,


longe e livre, na ignota solidão...



Tasso da Silveira


(SILVEIRA In MURICY, 1936, p. 167-168)
.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

'Primavera'


Ouro flutuando
pelos ramos desfolhados
nos ipês floridos.

Delores Pires

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"O Vento e Eu"



O vento morria de tédio
porque apenas gostava de cantar
mas não tinha letra alguma para a sua própria voz,
cada vez mais vazia...
Tentei então compor-lhe uma canção
tão comprida como a minha vida
e com aventuras espantosas que eu inventava de súbito,
como aquela em que menino eu fui roubado pelos ciganos
e fiquei vagando sem pátria, sem família, sem nada neste vasto mundo...
Mas o vento, por isso,
me julga agora como ele...
E me dedica um amor solidário, profundo!

Mário Quintana

sábado, 15 de setembro de 2012

"As horas desfeitas"

Das horas, que é feito,
que é feito do encanto
da musica dos dias
do teu canto
de puras harmonias?
Longe de nós o pranto
o peito não nos vinha
triste magoar.
Rumoroso era o espanto
que sentíamos de amar.
De amarmo-nos sem cessar.
Das horas, que é feito?
Hoje tudo desfeito
foi-se em fumo e vento e sombra
e turvo mar.

Natal, RN, 03/06/1984.


Luiz Rabelo
In: Poemas

"POESIA"


Tudo, para ser poesia,
precisa de sentimento,
ser pensamento que cria,
indo além do pensamento.

Ser força que se irradia,
ser ideia e sofrimento,
ser contrario à noite e ao dia,
ser igual ao som do vento.

Ser o chão, ser a escalada,
ser a essência do lamento
uma dor que do alto cai...

Ser tudo não sendo nada,
nada mais que o desalento
de um soluço que se esvai...

Natal, RN, 16/07/1986



Luiz Rabelo
In: Poemas