Seja bem-vindo. Hoje é

terça-feira, 26 de outubro de 2010

MEMÓRIA


Na longínqua tarde
ledas conversas de seda
saudades saudades...

Delores Pires
In: O Livro dos Haicais

domingo, 24 de outubro de 2010

'ALMA'


Se eu pudesse fugir à planície da vida...

Como um arranha-céu de fronte de granito,
Iria projetar uma estrutura de aço
Para a cintilação remota das estrelas,
Para a serenidade inefável do espaço.

(1977)

Helena Kolodi
em 'Correnteza'

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

OLHOS D’ESPANHA


Mergulho em seus olhos
um amor de inteira argúcia:
medo, desespero, arte-ofícios.

Mergulho em seus olhos
um mar de nomes inéditos:
cometas, algas, êxtase, suicídios.

Mergulho em seus olhos
uma língua afiada em riste:
verbos, substantivos, pronomes;
oceanos de silêncio e silício.

Mergulho em seus olhos
arcanjos de nuvens e neve:
retalhos, letras, sussurros;
restos avessos da inútil paixão.

Submerso em seus olhos,
desnudo e descubro seu corpo:
então, sua beleza me resgata
do pântano das sobras e sombras.


Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"

terça-feira, 19 de outubro de 2010

TRAVESSURAS DO TEMPO


Ronco
de trovões.
Coriscos
cruzam
a atmosfera.
Um clarão
morre
no além . . .
Vento
que balança
as arvores.
Pássaros
fugidios.
Pessoas
fogem
no tempo . . .



Delores Pires
In: A Estrela e a Busca

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Saudades


saudades não morrem, envelhecem
no peito
nas gavetas
nos baus... nas estantes...
as dores passam, as saudades ficam
no fundo da gente
em algum cantinho escondido
exalando aquele cheiro de musgo verde.

£una

"X" da série Efemérides

(Caesalpinia peltophoroides-Sibipiruna)

Outubro in memoriam:
coração ebuliente de amor.
Sibipirunas então floridas
davam o tom.

Outubros,
a premência dos ciclos,
Sibipirunas em reflor.

Mas o tempo, o tempo
Vai colhendo distância
E esculpindo eternidade.


F.Campanella
Poema da série 'Efemérides'.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

'SONHO'


Da tua branca e solitária ermida
Por caminhos de céu que a lua esmalta-
Desces –banhada dessa luz cobalta-
O linho d’asa abrindo sobre a vida.

Nada,teu passo calmo,sobre-salta
E quando a mágoa as almas intimida
Das ilusões,a turba renascida,
Em rondas espalha pela noite alta.

E a claridade que se faz é tanta
Que logo a terra fica cheia dessa
Sonora e estranha luz que alegra e canta.

E iluminada de um luar de outono
A alma feliz e impávida,atravessa
A vasta e longa escuridão do sono.


Mário Pederneiras
Rondas Noturnas-1.906

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Delores Pires


Francisco, de Assis,
a ecologia terrestre
roga por clemência...

Delores Pires
4 de outubro – Dia de São Francisco

terça-feira, 26 de outubro de 2010

MEMÓRIA


Na longínqua tarde
ledas conversas de seda
saudades saudades...

Delores Pires
In: O Livro dos Haicais

domingo, 24 de outubro de 2010

'ALMA'


Se eu pudesse fugir à planície da vida...

Como um arranha-céu de fronte de granito,
Iria projetar uma estrutura de aço
Para a cintilação remota das estrelas,
Para a serenidade inefável do espaço.

(1977)

Helena Kolodi
em 'Correnteza'

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

OLHOS D’ESPANHA


Mergulho em seus olhos
um amor de inteira argúcia:
medo, desespero, arte-ofícios.

Mergulho em seus olhos
um mar de nomes inéditos:
cometas, algas, êxtase, suicídios.

Mergulho em seus olhos
uma língua afiada em riste:
verbos, substantivos, pronomes;
oceanos de silêncio e silício.

Mergulho em seus olhos
arcanjos de nuvens e neve:
retalhos, letras, sussurros;
restos avessos da inútil paixão.

Submerso em seus olhos,
desnudo e descubro seu corpo:
então, sua beleza me resgata
do pântano das sobras e sombras.


Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"

terça-feira, 19 de outubro de 2010

TRAVESSURAS DO TEMPO


Ronco
de trovões.
Coriscos
cruzam
a atmosfera.
Um clarão
morre
no além . . .
Vento
que balança
as arvores.
Pássaros
fugidios.
Pessoas
fogem
no tempo . . .



Delores Pires
In: A Estrela e a Busca

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Saudades


saudades não morrem, envelhecem
no peito
nas gavetas
nos baus... nas estantes...
as dores passam, as saudades ficam
no fundo da gente
em algum cantinho escondido
exalando aquele cheiro de musgo verde.

£una

"X" da série Efemérides

(Caesalpinia peltophoroides-Sibipiruna)

Outubro in memoriam:
coração ebuliente de amor.
Sibipirunas então floridas
davam o tom.

Outubros,
a premência dos ciclos,
Sibipirunas em reflor.

Mas o tempo, o tempo
Vai colhendo distância
E esculpindo eternidade.


F.Campanella
Poema da série 'Efemérides'.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

'SONHO'


Da tua branca e solitária ermida
Por caminhos de céu que a lua esmalta-
Desces –banhada dessa luz cobalta-
O linho d’asa abrindo sobre a vida.

Nada,teu passo calmo,sobre-salta
E quando a mágoa as almas intimida
Das ilusões,a turba renascida,
Em rondas espalha pela noite alta.

E a claridade que se faz é tanta
Que logo a terra fica cheia dessa
Sonora e estranha luz que alegra e canta.

E iluminada de um luar de outono
A alma feliz e impávida,atravessa
A vasta e longa escuridão do sono.


Mário Pederneiras
Rondas Noturnas-1.906

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Delores Pires


Francisco, de Assis,
a ecologia terrestre
roga por clemência...

Delores Pires
4 de outubro – Dia de São Francisco