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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

POEMA TESTEMUNHO


POEMA TESTEMUNHO

Um cravo invisível
prende a língua
ao chão da boca de meu povo.

Uma sombra cheia de sombra
põe de luto o meu povo.

O meu povo que é tão múltiplo
E tantas vezes nascido
E tantas vezes britado
E tantas vezes calado

Quem de trás de cada árvore espreita?
Os olhos de meu povo.

Quem veste as mãos de graxa
nas fábricas plantadas?
As mãos de meu povo.

Quem inventa o tijolo da cidade?
Quem cobre as mesas de pão?
Quem grita no cais das auroras?
Quem sonha na terra lavrada?
As fibras de meu povo,

a paz do meu povo,
a fome de meu povo,
a pá de meu povo,
o riso de meu povo,
a morte prematura de meu povo.

Meu povo há de bastar-se algum dia.
E será o universo inteiro
o meu povo
que há de bastar-se algum dia.

Lindolf Bell

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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

POEMA TESTEMUNHO


POEMA TESTEMUNHO

Um cravo invisível
prende a língua
ao chão da boca de meu povo.

Uma sombra cheia de sombra
põe de luto o meu povo.

O meu povo que é tão múltiplo
E tantas vezes nascido
E tantas vezes britado
E tantas vezes calado

Quem de trás de cada árvore espreita?
Os olhos de meu povo.

Quem veste as mãos de graxa
nas fábricas plantadas?
As mãos de meu povo.

Quem inventa o tijolo da cidade?
Quem cobre as mesas de pão?
Quem grita no cais das auroras?
Quem sonha na terra lavrada?
As fibras de meu povo,

a paz do meu povo,
a fome de meu povo,
a pá de meu povo,
o riso de meu povo,
a morte prematura de meu povo.

Meu povo há de bastar-se algum dia.
E será o universo inteiro
o meu povo
que há de bastar-se algum dia.

Lindolf Bell

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