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sexta-feira, 21 de maio de 2010

"A PAISAGEM ABISSAL"

No fundo da Alma. No profundo abismo
Deserto sem oásis.
Cânticos sem bases.
Silêncio. Escuridão. Solidão. Misticismo.

Um sol que não projeta sombras. Leme
Que não acende cores nas imagens
Paisagem que não tem, como as paisagens
Matizes e perfume.

E no entanto esse abismo
É um Éden sempre aberto.
A flor imaterial do misticismo
Nasce nesse deserto.

Na solitude Alguém enchendo tudo.
Deus somente. Mais nada.
O deserto diz tudo sendo mudo.
A solidão ensina assim calada.


Durval de Moraes
*Durval Borges de Moraes nasceu na Bahia, em 20 de novembro de 1882, e faleceu no Rio de Janeiro, em 5 de dezembro de 1948. Em sua obra, vasta e valiosa, verifica-se uma evolução marcante, correlata à sua evolução espiritual e à sua especial devoção ao pobre de Assis, com o progressivo despojamento de todo virtuosismo técnico em prol de uma pobreza intencional do verso. Pobreza que, posteriormente, veio a desabrochar em versos de grande resplendor e espiritualidade, versos "de um poeta livre, alto, nobre, e de um grande místico". (André Muricy, Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro).


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sexta-feira, 21 de maio de 2010

"A PAISAGEM ABISSAL"

No fundo da Alma. No profundo abismo
Deserto sem oásis.
Cânticos sem bases.
Silêncio. Escuridão. Solidão. Misticismo.

Um sol que não projeta sombras. Leme
Que não acende cores nas imagens
Paisagem que não tem, como as paisagens
Matizes e perfume.

E no entanto esse abismo
É um Éden sempre aberto.
A flor imaterial do misticismo
Nasce nesse deserto.

Na solitude Alguém enchendo tudo.
Deus somente. Mais nada.
O deserto diz tudo sendo mudo.
A solidão ensina assim calada.


Durval de Moraes
*Durval Borges de Moraes nasceu na Bahia, em 20 de novembro de 1882, e faleceu no Rio de Janeiro, em 5 de dezembro de 1948. Em sua obra, vasta e valiosa, verifica-se uma evolução marcante, correlata à sua evolução espiritual e à sua especial devoção ao pobre de Assis, com o progressivo despojamento de todo virtuosismo técnico em prol de uma pobreza intencional do verso. Pobreza que, posteriormente, veio a desabrochar em versos de grande resplendor e espiritualidade, versos "de um poeta livre, alto, nobre, e de um grande místico". (André Muricy, Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro).


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