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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

XIII

XIII

Sempre há duas solidões que se aguardam.
Por isso quero estar junto e viver-te
como a sede vive a fonte.
Atenta ao ruído que anoitece (e adentra)
do catavento sobre nenhuma presença
para dar-nos ternura,
nós que tanta ternura presumimos dar.

Sempre há duas solidões que se aguardam.
Por isso quero estar junto
como raiz e tronco
em todas as noites de insuficiência.
Daremos adornos e crepúsculos
aos rostos que nos espiam.
E para tornar-nos serenos
frente ao encontro
esmagaremos corações com nossos corações.

Sempre há duas solidões que se aguardam.
Por isso quero estar junto
como pedra em pedra
ser a sentinela do tempo em sua redoma,
olhar através da redoma os peixes
que plantam luas nas alpondras
e suprem-nos de tanta glória
numa ternura daninha de querer.

Sempre há duas solidões que se aguardam.
prestes a pousar sobre o breve corpo.

Lindolf Bell
In ‘Incorporação’

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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

XIII

XIII

Sempre há duas solidões que se aguardam.
Por isso quero estar junto e viver-te
como a sede vive a fonte.
Atenta ao ruído que anoitece (e adentra)
do catavento sobre nenhuma presença
para dar-nos ternura,
nós que tanta ternura presumimos dar.

Sempre há duas solidões que se aguardam.
Por isso quero estar junto
como raiz e tronco
em todas as noites de insuficiência.
Daremos adornos e crepúsculos
aos rostos que nos espiam.
E para tornar-nos serenos
frente ao encontro
esmagaremos corações com nossos corações.

Sempre há duas solidões que se aguardam.
Por isso quero estar junto
como pedra em pedra
ser a sentinela do tempo em sua redoma,
olhar através da redoma os peixes
que plantam luas nas alpondras
e suprem-nos de tanta glória
numa ternura daninha de querer.

Sempre há duas solidões que se aguardam.
prestes a pousar sobre o breve corpo.

Lindolf Bell
In ‘Incorporação’

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