V
Quando a madrugada dispuser os matizes
e o rosto trajar-se de metáforas, poeta,
atende o chamado dos vivos e dos mortos.
Bate à janela.
Todos os vácuos são travessáveis.
Se dentro da noite
empreendes andanças
e os gonzos da alucinação tilintam,
se arrancas estrelas dos espinheiros,
se cantas de ouvido colado à terra
para ouvir o tropel
e o coração bate lento
o pequeno,
bem sabes que as veredas
dos deuses pertencem
aos que sabem conquistar.
Amanhã o dia será de novos deuses
e novos adeuses.
Lábio nenhum se mova para dizer:
porque não abriste o solo,
não quebraste a lua no fundo do poço
nem araste o musgo da verdade,
da tua geração fizeste um silo
em vez de construir um povo,
haverá siquer uma única resposta
ao feixe de perguntas
que nunca esqueces de levar?
Partir! A única solução é partir!
Partir sem saber para onde
porque a pureza é o sem direção.
E o mundo, assim,
não mais será peso
nem apoio
mas doce pariticipação.
Lindolf Bell
In ‘Incorporação’ - A Tarefa
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quinta-feira, 7 de novembro de 2013
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quinta-feira, 7 de novembro de 2013
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V
Quando a madrugada dispuser os matizes
e o rosto trajar-se de metáforas, poeta,
atende o chamado dos vivos e dos mortos.
Bate à janela.
Todos os vácuos são travessáveis.
Se dentro da noite
empreendes andanças
e os gonzos da alucinação tilintam,
se arrancas estrelas dos espinheiros,
se cantas de ouvido colado à terra
para ouvir o tropel
e o coração bate lento
o pequeno,
bem sabes que as veredas
dos deuses pertencem
aos que sabem conquistar.
Amanhã o dia será de novos deuses
e novos adeuses.
Lábio nenhum se mova para dizer:
porque não abriste o solo,
não quebraste a lua no fundo do poço
nem araste o musgo da verdade,
da tua geração fizeste um silo
em vez de construir um povo,
haverá siquer uma única resposta
ao feixe de perguntas
que nunca esqueces de levar?
Partir! A única solução é partir!
Partir sem saber para onde
porque a pureza é o sem direção.
E o mundo, assim,
não mais será peso
nem apoio
mas doce pariticipação.
Lindolf Bell
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Quando a madrugada dispuser os matizes
e o rosto trajar-se de metáforas, poeta,
atende o chamado dos vivos e dos mortos.
Bate à janela.
Todos os vácuos são travessáveis.
Se dentro da noite
empreendes andanças
e os gonzos da alucinação tilintam,
se arrancas estrelas dos espinheiros,
se cantas de ouvido colado à terra
para ouvir o tropel
e o coração bate lento
o pequeno,
bem sabes que as veredas
dos deuses pertencem
aos que sabem conquistar.
Amanhã o dia será de novos deuses
e novos adeuses.
Lábio nenhum se mova para dizer:
porque não abriste o solo,
não quebraste a lua no fundo do poço
nem araste o musgo da verdade,
da tua geração fizeste um silo
em vez de construir um povo,
haverá siquer uma única resposta
ao feixe de perguntas
que nunca esqueces de levar?
Partir! A única solução é partir!
Partir sem saber para onde
porque a pureza é o sem direção.
E o mundo, assim,
não mais será peso
nem apoio
mas doce pariticipação.
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