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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Exercício para Garcia Lorca


Exercício para Garcia Lorca

Quando o vento das primaveras anuncia as florações e anuncia os girassóis, os araçás, as madressilvas, teus versos tuas granadas abrindo as veredas de meu pais livre quando não sei, tu és a lua clara obscura lua clara, as noites que maduram o coração da terra, os líricos olhos dos touros da saudade, o mar vejo as estrelas os limões, és tessitura das manhãs, o amado guia no reino no bosque das vigílias, floresces e perduras onde o amor perdura, é frágil a terra do esquecimento, os ventos da primavera voltam sempre e as palavras tecem teu canto e teu corpo e tua viagem,e os hibridos frutos de meu país livre quando não sei esplendem nos olhos do pássaro teu irmão, para sempre os cardos os pomos, os selvagens rosais dos invernos e as novas estações dos povos da coragem, as embiras as timboranas o vento sul as auroras, abriga-me em tua paisagem onde tudo se anuncia, tu és o dia tu és o dia, a fava, o fauno, a fala, a festa não fixa de viver e conviver.

O móvel calendário de amar para sempre, tu és a samambaia nas varandas, o seixo dentro do rio de dentro do sangue, o fuzil das guerrilhas interiores, e se nos montes e nos pantanais e nos corações agitas as ervas e os navios de verdades largas, tu Federico Garcia Lorca, eu te chamo uma vez só, e isto basta para quem tem antenas e ouvidos e sabe que o mundo está aqui dentro mas está lá fora de meu país livre quando não sei , tu és o gravatá do campo, a flor verde, a bravura de meu país livre quando não sei, guarida onde me abrigo, rio dos minérios das minas da manhã, argila das florescências, espiga dos tempos claros, fruto aberto no esquema silvestre dos corações, há uma solução na garganta de meu país
livre quando não sei.

Lindolf Bell
In ‘Incorporação’

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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Exercício para Garcia Lorca


Exercício para Garcia Lorca

Quando o vento das primaveras anuncia as florações e anuncia os girassóis, os araçás, as madressilvas, teus versos tuas granadas abrindo as veredas de meu pais livre quando não sei, tu és a lua clara obscura lua clara, as noites que maduram o coração da terra, os líricos olhos dos touros da saudade, o mar vejo as estrelas os limões, és tessitura das manhãs, o amado guia no reino no bosque das vigílias, floresces e perduras onde o amor perdura, é frágil a terra do esquecimento, os ventos da primavera voltam sempre e as palavras tecem teu canto e teu corpo e tua viagem,e os hibridos frutos de meu país livre quando não sei esplendem nos olhos do pássaro teu irmão, para sempre os cardos os pomos, os selvagens rosais dos invernos e as novas estações dos povos da coragem, as embiras as timboranas o vento sul as auroras, abriga-me em tua paisagem onde tudo se anuncia, tu és o dia tu és o dia, a fava, o fauno, a fala, a festa não fixa de viver e conviver.

O móvel calendário de amar para sempre, tu és a samambaia nas varandas, o seixo dentro do rio de dentro do sangue, o fuzil das guerrilhas interiores, e se nos montes e nos pantanais e nos corações agitas as ervas e os navios de verdades largas, tu Federico Garcia Lorca, eu te chamo uma vez só, e isto basta para quem tem antenas e ouvidos e sabe que o mundo está aqui dentro mas está lá fora de meu país livre quando não sei , tu és o gravatá do campo, a flor verde, a bravura de meu país livre quando não sei, guarida onde me abrigo, rio dos minérios das minas da manhã, argila das florescências, espiga dos tempos claros, fruto aberto no esquema silvestre dos corações, há uma solução na garganta de meu país
livre quando não sei.

Lindolf Bell
In ‘Incorporação’

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