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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
'VERSOS PARA MINAS'
(Photo by Fernando Campanella)
O que me fica de Minas
Mais que os rumos das Inconfidências
São as ossadas azuis distantes de seus montes
Indecifráveis dinossauros férreos
Incrustados na vastidão da alma.
Mais que os versos para Bárbara
O que me fica de Minas
É um certo ar de inverno impregnando as sombras
Um cheiro de pasto & esterco orvalhados
Onde cavalos, insetos, vacas
Reinam remansos de silêncios gigantes.
É a beleza modesta porém eterna
De suas claras morenas meninas
Os seios do desejo casto arfando.
São casas com trepadeiras rubras
limões cravo e primaveras despencando;
São restos senhoris dos cafés dos campos
Um descomunal cansaço
Uma quase lembrança do que já vivido.
E ainda os incansáveis, gentis, negros braços
O leite pródigo dos úberes
Seiva inteira desta Minas universo inesgotável.
Além das transparências do nome
Além da forma
O que me fica de Minas
É matiz, é perfume.
(Fernando Campanella)
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
'VERSOS PARA MINAS'
(Photo by Fernando Campanella)
O que me fica de Minas
Mais que os rumos das Inconfidências
São as ossadas azuis distantes de seus montes
Indecifráveis dinossauros férreos
Incrustados na vastidão da alma.
Mais que os versos para Bárbara
O que me fica de Minas
É um certo ar de inverno impregnando as sombras
Um cheiro de pasto & esterco orvalhados
Onde cavalos, insetos, vacas
Reinam remansos de silêncios gigantes.
É a beleza modesta porém eterna
De suas claras morenas meninas
Os seios do desejo casto arfando.
São casas com trepadeiras rubras
limões cravo e primaveras despencando;
São restos senhoris dos cafés dos campos
Um descomunal cansaço
Uma quase lembrança do que já vivido.
E ainda os incansáveis, gentis, negros braços
O leite pródigo dos úberes
Seiva inteira desta Minas universo inesgotável.
Além das transparências do nome
Além da forma
O que me fica de Minas
É matiz, é perfume.
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