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sexta-feira, 11 de junho de 2010

CANÇÃO LAPIDAR

Era um caminho. Mudei-o
De lugar e ele morreu.
Nenhuma pedra me conta
Onde foi que ele nasceu.

Era uma pedra. Deixei-a
No lugar em que nasceu.
Nem ela ficou sabendo
De que caminho morreu.

Era o silêncio. Falei-o
Mas ele pronto esqueceu
Em que pedra, em que caminho
Nada mais me aconteceu...

Homero Frei
in "Lado Alado"


*HOMERO FREI, nsaceu em São Carlos- SP, em 25 de abril de 1924.
Homero Frei foi um autor reconhecido pela qualidade de seus sonetos e também pelo trabalho que desenvolveu como crítico literário.

Em “Só um homem só”, uma coletânea de contos e textos curtos, que contam passagens de vidas, fragmentos intensos e plenos de significado, demonstrou toda a habilidade de um autor que teve quatro livros de poesia publicados, também no terreno da narrativa.

A obra “Soneto Brancos” foi aclamada por Tristão de Athayde, que a seu respeito escreveu: “Não é objetivo. Nem subjetivo. Não é o seu Eu que encontro nesses poemas. Nem o mundo ambiente, sua paisagem, seus problemas. É a poesia como entidade entre o Eu e o Mundo. É dentro de duas medidas que eu chamaria de Metamorfose e de Multiversidade”.

Exerceu em São Carlos a função de diretor do Departamento de Educação e Cultura, chefe da Biblioteca Municipal, chefe do Museu e da Escola Maria Ramos.

Entre 1961 e 1967 foi Chefe da Seção de Instrução Primária, Educação e Cultura ( incluindo as escolas rurais) e também excepcionais. De 1968 a 1970 foi Chefe da Seção de Biblioteca, Museu histórico e Pinacoteca, responsável pela organização da Biblioteca, pelo ordenamento e catalogação dos livros.Em 1970 dirigiu o DEC e entre 1973 a 1983 foi Assessor do Conselho Municipal, em 1983 foi Assessor do DEC e em 1985 prestou serviços no Escritório Regional de Governo em São Carlos.

Homero Frei faleceu em 21 setembro de 2008.

2 comentários:

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá amiga! Passando para te desejar uma ótima semana e dizer que fizeste uma feliz escolha. Homero Frei, grande poeta, belo poema e linda trajetória.

Abraços,

Furtado.

bemsalgado disse...

O primeiro poema brasileiro que eu lí, o que me moveu na procura da poesía brasileira, foi:
"tinha uma pedra no meio do caminho".
Nem tinha ouvido o nome de Carlos D.A. Procurei-o por internet com esas palavras como chave.

Uma pedra, furada pelas rodeiras da pegada milenaria deixada pelo paso das rodas fijadas ao eijo dos nosos carros tradicionais, e o caminho de carros, a corredoira, que pasaba por diante da casa do meu avó, na que afloraba a laje, formam o meu sustrato vital e onírico mais primario.

Cuando ouví o poema de Drumond, pareceume incribel, e sentí-me identificado com ele, mais aló de cualquer das múltiplas interpretaçôes feitas do texto.

Também por casualidade, agora, alegra-me descubrir este poema de Homero Frei.

Eu já nâo posso desde ha bastantes anos pasar por diante da que fora casa do meu avó na que pasei os meus primeiros anos de vida. Eses anos dos que nâo guardamos memoria.

E nâo poso pasar por là, porque nâo suporto a visâo da realidade da morte de ambos, pedra e caminho, asfisiados por uma grosa capa de asfalto.

Saudacôes da Galiza

sexta-feira, 11 de junho de 2010

CANÇÃO LAPIDAR

Era um caminho. Mudei-o
De lugar e ele morreu.
Nenhuma pedra me conta
Onde foi que ele nasceu.

Era uma pedra. Deixei-a
No lugar em que nasceu.
Nem ela ficou sabendo
De que caminho morreu.

Era o silêncio. Falei-o
Mas ele pronto esqueceu
Em que pedra, em que caminho
Nada mais me aconteceu...

Homero Frei
in "Lado Alado"


*HOMERO FREI, nsaceu em São Carlos- SP, em 25 de abril de 1924.
Homero Frei foi um autor reconhecido pela qualidade de seus sonetos e também pelo trabalho que desenvolveu como crítico literário.

Em “Só um homem só”, uma coletânea de contos e textos curtos, que contam passagens de vidas, fragmentos intensos e plenos de significado, demonstrou toda a habilidade de um autor que teve quatro livros de poesia publicados, também no terreno da narrativa.

A obra “Soneto Brancos” foi aclamada por Tristão de Athayde, que a seu respeito escreveu: “Não é objetivo. Nem subjetivo. Não é o seu Eu que encontro nesses poemas. Nem o mundo ambiente, sua paisagem, seus problemas. É a poesia como entidade entre o Eu e o Mundo. É dentro de duas medidas que eu chamaria de Metamorfose e de Multiversidade”.

Exerceu em São Carlos a função de diretor do Departamento de Educação e Cultura, chefe da Biblioteca Municipal, chefe do Museu e da Escola Maria Ramos.

Entre 1961 e 1967 foi Chefe da Seção de Instrução Primária, Educação e Cultura ( incluindo as escolas rurais) e também excepcionais. De 1968 a 1970 foi Chefe da Seção de Biblioteca, Museu histórico e Pinacoteca, responsável pela organização da Biblioteca, pelo ordenamento e catalogação dos livros.Em 1970 dirigiu o DEC e entre 1973 a 1983 foi Assessor do Conselho Municipal, em 1983 foi Assessor do DEC e em 1985 prestou serviços no Escritório Regional de Governo em São Carlos.

Homero Frei faleceu em 21 setembro de 2008.

2 comentários:

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá amiga! Passando para te desejar uma ótima semana e dizer que fizeste uma feliz escolha. Homero Frei, grande poeta, belo poema e linda trajetória.

Abraços,

Furtado.

bemsalgado disse...

O primeiro poema brasileiro que eu lí, o que me moveu na procura da poesía brasileira, foi:
"tinha uma pedra no meio do caminho".
Nem tinha ouvido o nome de Carlos D.A. Procurei-o por internet com esas palavras como chave.

Uma pedra, furada pelas rodeiras da pegada milenaria deixada pelo paso das rodas fijadas ao eijo dos nosos carros tradicionais, e o caminho de carros, a corredoira, que pasaba por diante da casa do meu avó, na que afloraba a laje, formam o meu sustrato vital e onírico mais primario.

Cuando ouví o poema de Drumond, pareceume incribel, e sentí-me identificado com ele, mais aló de cualquer das múltiplas interpretaçôes feitas do texto.

Também por casualidade, agora, alegra-me descubrir este poema de Homero Frei.

Eu já nâo posso desde ha bastantes anos pasar por diante da que fora casa do meu avó na que pasei os meus primeiros anos de vida. Eses anos dos que nâo guardamos memoria.

E nâo poso pasar por là, porque nâo suporto a visâo da realidade da morte de ambos, pedra e caminho, asfisiados por uma grosa capa de asfalto.

Saudacôes da Galiza