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Dor, dor do mundo, dor das pessoas,
fosses um pássaro e eu um gato sem dono!
Dor do mundo, dor das casas, dor das ruas,
de mim não te livrarias
mesmo que em vez de um pássaro
fosses arisco gato preto comedor de sonhos.
Porque eu levaria meu circo
com jaula de leão faminto
pelas avenidas e ruas e becos do mundo
até a pracinha sonhadora onde é sempre domingo.
Iria, poeta fantasiado de palhaço,
gritando do alto de minhas pernas de pau:
- Um gato vale uma entrada!
- Um gato vale uma entrada!
Geraldino Brasil
(1926-1996- Alagoas)
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