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Amo os gestos estáticos, plasmados
numa atitude lenta de abandono;
certos olhares bêbedos de sono
e a poesia dos muros desbotados...
Amo as nuvens longínquas... o reflexo
na água dos foscos lampiões...as pontes...
a sufocação ríspida das fontes
e as palavras poéticas sem nexo.
Mas, sobretudo, eu amo esses instantes
em que, como dois presos foragidos,
os meus olhos se embrenham, distraídos,
na natureza - como dois amantes...
Onestaldo de Pennafort -
em Poesias
(Rio De Janeiro-1902-1987)
Um comentário:
Mais uma bela poesia de um poeta que não conhecia.
Obrigado por nos apresentar no teu Blog.
Sds.
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