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segunda-feira, 29 de junho de 2009
BRISA DO TEMPO
Primeiro era um banco
Frente ao mar calmo.
Sentados nele, calmos,
Dois marinheiros,
Que dividiam a mesma alma,
Falavam de amores passados
Que nunca passaram.
O mais velho tinha um porto em cada amor,
O mais moço tinha um amor em cada porto.
Havia neles uma solidão
Que o mar não continha.
No dia seguinte era um banco
Impregnado de vazios,
E um navio à procura de um porto
Que pudesse lhes conter a alma.
Oswaldo Antônio Begiato
domingo, 28 de junho de 2009
IDÍLIO QUASE ESQUECIDO
Na paisagem me esqueci,
além do florido muro;
o sonho era muito branco,
mas o destino era escuro...
Resta a memória apagada
do mundo em que me procuro:
eis as rosas que componho
- rosas que plantei nos olhos,
rosas que colhi no sonho.
Decifro o mural da noite
no luar marmorizado
- entre o milagre das rosas
e o branco mel entornado
sobre o tapete do sono:
eis as rosas que componho
- rosas que plantei nos olhos,
rosas que colhi no sonho.
Colombo de Sousa
em O Anúncio do Acontecido
O MURO
Resiste o velho paredão em ruínas,
já não é coisa, é uma lembrança
persistente e negra,
que a hera aperta em seu manto de esperança.
Mas se a planta tivesse coração,
e se abraçasse só por amizade,
largaria os tijolos . . . de piedade
abriria os seus ramos pelo chão.
Miguel Reale
In: Poemas do Amor e do Tempo
já não é coisa, é uma lembrança
persistente e negra,
que a hera aperta em seu manto de esperança.
Mas se a planta tivesse coração,
e se abraçasse só por amizade,
largaria os tijolos . . . de piedade
abriria os seus ramos pelo chão.
Miguel Reale
In: Poemas do Amor e do Tempo
Simbólica
Minhas palavras
são simbolismos
perdidos em pensamentos afoitos
Meus sonhos não são inteiros
se não tenho em mim
a tua imagem insegura
Adivinho a linguagem insana
deixando escrever a seiva que luta.
falseada por não ficar inteira
iludida, por não significar um tudo.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 27/06/09
Código do Texto: T1671285
COMPLEXIDADE
A palavra que transcende sentimentos
é mais precisa e veloz
que o amor e a dor
Escrevo com a voz calada
versos de poemas
do amanhã que nunca chega
opostos ao tempo
de momentos eternos
Indago a complexidade
do entender da vida,
como se a dúvida
fosse a convicção,
pouco importando
se dela me ausento
pela vertente da ilusão
Conceição Bentes
25/06/09
PASTOREIO
Sou a pastora de mil andorinhas,
aves perdidas em teu denso olhar;
quero poupá-las de ilusões daninhas,
mas elas voam... E te vão buscar.
Tão delicadas, frágeis, pequeninhas...
Tão fascinadas pelo teu mirar...
Sonhos que anseiam ser as entrelinhas
do amor suposto no teu versejar.
E eu pastoreio, busco-as, noite e dia...
Mas são reféns da etérea melodia,
do encantamento, vindo do teu ser.
Asas abertas, alma entregue, inteira...
Seguem viagem, que sei derradeira...
Pois em tuas mãos, irão morrer... Morrer...
- Patricia Neme-
sábado, 27 de junho de 2009
'Requiescat'
De meu mar, ofereço-te as ondas
e as praias que poéticas conchas te trazem.
Tais suaves mistérios te concedo, mais as algas
e as gaivotas que bicam tecidos de luz na tarde.
Povoados de ti, de mim,
os barcos que chegam e ardem.
Adere-te, pois, ao sal que a mim te chama,
cobre teus pés em espuma e encanto,
molha teu rosto
nas claras águas que o dia me abre.
(Sosseguem , minhas dorsais,
descanse, meu leviatã escuso).
(Fernando Campanella)
sexta-feira, 26 de junho de 2009
REFABULANDO
Estas cigarras toantes
flutuam na sã inconsciência
de um sono. Estas belezas
-não as perturbes, não as toques -
crepitam em líquidas texturas
de sonho.
Mas se buscares que despertem
afina os ouvidos, achega-te,
imperceptível, leve, e mais leve
e como elas, enquanto verão,
arde então, e canta.
(Fernando Campanella)
AGORA
Ó felicidade de ser nesta hora fixa
a luminosa forma de um sonho;
talvez a vida, quem sabe, não passasse
desse esquecimento e dessa ausência de luta.
Eu sei, a luz nunca demora.
Há um estágio marcado para as festas.
Mas se ainda me vejo capaz dessa ambição,
que importa, o que é, que importa,
se efêmero sou mais forte
do que tudo o que eterno é sempre em mim?
Lúcio Cardoso
em Poemas Inéditos
CRISTAL
Cultivo a minha rosa no mais puro
cristal, mas uma febre me rói pétala
a pétala com uma fome louca
e da flor resta a jarra solitária.
Um cavalo galopa no meu peito,
com seus cascos de fogo me transporta
ao delírio, à neblina da memória.
Tenho uma cruz na boca, tenho terra
nos olhos e uma noite me solapa
cruel, sorrindo escárnio e pus e campa.
Leva-me a insânia numa sem regresso
viagem pelos pântanos escuros
da alma em sua procura esconsa e azeite
e sei quem sou na forma do poema.
José Carlos Brandão
Poesia
Com a inquietação de toda a vida que se aproxima
Desce também sobre mim o destino implacável como a noite
Colhendo tudo de surpresa, chegando de cima.
O vento joga no meu rosto as sombras das vozes passadas,
Os ruídos eternos, o eco dos inextinguíveis silêncios
Nascidos das confissões estancadas.
Vazios e inúteis como as vigílias sem cansaço
São meus pedidos de auxilio para uma germinação estranha de ímpetos
Que correm para mim, semeados no espaço.
Meus sentidos se prolongam na agonia da tarde
Procurando encontrar na treva da noite
O fim misterioso e sem alarde.
Minha existência é o ultimo pensamento no estertor do suicida
Que abraça a morte
Esperançoso de vida.
Adalgisa Nery
In: Mundos Oscilantes
VÔO...
Os passos da noite...
Deixam rastros nos desvãos de minha alma,
despertando consteladas esperanças em minha solidão.
Os passos da noite,
macios, etéreos,
em cálidas fragrâncias embebidos,
me pensam alvoradas de desejos do amanhã.
E uma ilusão enluarada me abrasa,
me veste com asas de vontade renascida.
Porém eu não sei o destino do vôo.
- Patricia Neme –
Transições
Mastigando raízes de eternidade
adentro-me pelas colinas dos céus
onde Deus é meu relógio.
E buscando sabedoria
não me torno deserto e nem ausência.
Recolho em minha solidão
muralhas de calmaria
sem gemido de dor ou morte.
Em meus redemoinhos
viajo entre cansaços de séculos
adornada de crisântemos amarelos.
Em minha ausente juventude
não há abismos em voragem.
Trigo, fonte e pombas
ornamentam minhas varandas.
A noite ajoelhada soluça
em seu tapete entre velas.
O tempo que é túnel
fala das estações
derramando chuva de invernos
até às eternidades.
Avina Nunes Tzovenos
CONCISA
(Daniel Gerhartz)
Olhos que passam sem ver
vidas que morrem pra renascer
vivem sortilégios da verdade
que valseiam nos ares
iluminando "luares"
Pelas esquinas do mundo
em cada piso, em cada chão
levam rostos perdidos
marcados na contradição
Do romantismo saudoso
passo a pensar e viver,
um estado libertário
dispersivo e pesaroso,
esse é meu novo proceder
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 24/06/09
Código do Texto: T1665656
COMPLEXIDADE
A palavra que transcende sentimentos
é mais precisa e veloz
que o amor e a dor
Escrevo com a voz calada
versos de poemas
do amanhã que nunca chega
opostos ao tempo
de momentos eternos
Indago a complexidade
do entender da vida,
como se a dúvida
fosse a convicção,
pouco importando
se dela me ausento
pela vertente da ilusão
Conceição Bentes
25/06/09
é mais precisa e veloz
que o amor e a dor
Escrevo com a voz calada
versos de poemas
do amanhã que nunca chega
opostos ao tempo
de momentos eternos
Indago a complexidade
do entender da vida,
como se a dúvida
fosse a convicção,
pouco importando
se dela me ausento
pela vertente da ilusão
Conceição Bentes
25/06/09
Sonhos Aparentes
(Michael Garmach)
Sou a canção que foge lenta
num cheiro mais de lassidão
que a brisa das tormentas
Olhando o mundo,
sou apenas um espectro
que refugia todo o meu eu
do qual fujo só
Entrego-me aos braços do vento
divina imensidão das cores,
as certezas que abalam,
antes do principio
ou depois do fim
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 23/06/09
Código do Texto: T1662767
Sou a canção que foge lenta
num cheiro mais de lassidão
que a brisa das tormentas
Olhando o mundo,
sou apenas um espectro
que refugia todo o meu eu
do qual fujo só
Entrego-me aos braços do vento
divina imensidão das cores,
as certezas que abalam,
antes do principio
ou depois do fim
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 23/06/09
Código do Texto: T1662767
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Ao nosso estimado amigo Edildécio Andrade
todo o tempo, vida afora...
- Em cada um deles sentimos
algo de nós indo embora!
Quanto adeus, meu Deus, ouvimos
quantas lágrimas rolando,
por esse caminho, vimos,
os corações se inundando...
Cada adeus traz nostalgia,
todo o tempo, vida afora...
nos rouba toda a alegria,
por isso nossa alma chora.
A nós mesmos, agredimos
numa tristeza sem par...
- Em cada um deles sentimos
a solidão, a chegar!
Parece até que a emoção
foge de nós sem demora,
registrando, o coração,
algo de nós indo embora!
Gislaine Canales
Querido amigo, partiste prematuramente, mas como disse nosso amigo Jevan, foste ao encontro de teu eterno amor. Sei que agora encantas os reinos do céu com sua voz suave e melodiosa! Na terra calou a voz, no céu acendeu-se uma luz!
Até logo especial amigo!
21-06-2009
Marcadores:
Gislaine Canales- Trio Irakitan
domingo, 21 de junho de 2009
EN PASSANT...
(Natalja Picugina)
Passando aqui só para ver o meu amor
bailando nos compassos de tua canção
tão doce que pareço o meu feliz cantor
numa ária de amor vibrando o coração
passando aqui de novo para relembrar
tantas foram as primaveras sem verão
perdidas da esperança de poder voltar
ao leito de descanso dessa compulsão
de reviver o teu amor sem sofrimento
ainda que amar te seja apenas ilusão:
passando só para falar do sentimento
e todo esse lamento de não ter razão.
Afonso Estebanez
Passando aqui só para ver o meu amor
bailando nos compassos de tua canção
tão doce que pareço o meu feliz cantor
numa ária de amor vibrando o coração
passando aqui de novo para relembrar
tantas foram as primaveras sem verão
perdidas da esperança de poder voltar
ao leito de descanso dessa compulsão
de reviver o teu amor sem sofrimento
ainda que amar te seja apenas ilusão:
passando só para falar do sentimento
e todo esse lamento de não ter razão.
Afonso Estebanez
Átimo
Partitura
Partituras
(Daniel Gerhartz)
Gosto todas as vezes que você chega
sem me avisar
Passo horas, dias, anos...
nesta espera lenta
como um rio que chora
lamentando a solidão da correnteza
sem um barco pra navegar
Gosto quando a noite é de lua
vejo meu reflexo em teus olhos
imagino quanto tempo
ainda terei que te esperar
Já passaram décadas... milênios
vislumbro cada estação
mudando o cheiro das flores
temperando todas cores
acalmando minha inquietação
Gosto quando você chega
trazendo na mala novos versos
partituras de novas canções.
Vania Gondim
Sou única
(Daniel Gerhartz)
Sou única comigo,
compondo poucas falas,
sinônimo de liberdade
Deixo a voz fugir
para ser usada num poema
soprado aos ventos disseminados
Minhas certezas abalam-se
no descanso cavado
pelo meu próprio exílio
e mesmo ciente aos olhos,
o sigo!
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 20/06/09
Código do Texto: T1658039
ENGANO
(Daniel Gerhartz)
Eu te percebo em vôo errante e vago,
cortejas flores, rondas os canteiros.
Perdido em cores, bebes, trago a trago,
orvalho e néctar, vãos e derradeiros.
Beijas a rosa, no cravo um afago...
Mas teus carinhos não são verdadeiros.
Teu rastro fala de dor e de estrago,
dos sonhos mortos... Todos passageiros!
Teus passos são volúveis, causam dano,
motivam pranto, angústia, desengano,
desfolhas vidas, sem pena, sem dó.
Tanta aridez... O que é do meu jardim?
Eu me pergunto, o que será de mim...
Assim tão triste, machucada e só!
- Patricia Neme -
Eu te percebo em vôo errante e vago,
cortejas flores, rondas os canteiros.
Perdido em cores, bebes, trago a trago,
orvalho e néctar, vãos e derradeiros.
Beijas a rosa, no cravo um afago...
Mas teus carinhos não são verdadeiros.
Teu rastro fala de dor e de estrago,
dos sonhos mortos... Todos passageiros!
Teus passos são volúveis, causam dano,
motivam pranto, angústia, desengano,
desfolhas vidas, sem pena, sem dó.
Tanta aridez... O que é do meu jardim?
Eu me pergunto, o que será de mim...
Assim tão triste, machucada e só!
- Patricia Neme -
Saudade cristalizada
(Daniel Gerhartz)
Fico em silêncio
na correnteza da vida
vendo a lágrima do tempo
verter em minha face
Cada gota em cristal
se petrifica como a saudade
eternizada na alma
Afasto as miragens
que se acercam de mim
andando em calçadas obscuras
transformando-se em ciladas
por palavras inacabadas
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 18/06/09
Código do Texto: T1654733
Meditação
(Daniel Gerhartz)
Quando a platéia se retira,
os sentimentos morrem,
e a vida suspensa por uma haste
equilibra sonhos deitados em esteiras
O tempo espera as espigas do mundo
varridas pela poeira
esquecendo a cadência dos passos
no desfiladeiro do silêncio
Mergulho então no céu que me grita
enquanto anjos temporários
partem o silêncio
que saem do meu mutismo
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 17/06/09
Código do Texto: T1652812
Codificas o amor
(Daniel Gerhartz)
Tua palavra é código
que sai e queima meus ouvidos,
teus gestos me convergem
a templos antigos
onde cultuo deuses invisíveis
Teu amor tem sua hora
como a claridade do dia
na face lírica das águas
na madrugada da fantasia
Codificas o tempo maior,
translúcido na penumbra da noite,
em cada palavra de riso
em cada signo de verbo
em cada lágrima de delírio
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 16/06/09
Código do Texto: T1651085
terça-feira, 16 de junho de 2009
ENCONTRO
(Gary Benfield)
Sente minh'alma, o corpo... Ouve a esperança
de um amanhã sem medos, sem pecado.
Sente o desejo, a entrega e o amor que alcança
os sonhos de um sonhar jamais sonhado.
Sente o lembrar perdido na lembrança,
cantado pelas brumas do passado.
Perscruta além do véu... Então, alcança
a trama entrelaçada pelo fado.
Sou tua; há eternidades tu és meu...
Desde o princípio em que nos concebeu,
o céu nos destinou a mesma estrada.
E a noite... Uma só tenda... Uma fogueira...
E uma paixão, qual fora a vez primeira...
No encontro... Na explosão de uma alvorada!
Patricia Neme
Sente minh'alma, o corpo... Ouve a esperança
de um amanhã sem medos, sem pecado.
Sente o desejo, a entrega e o amor que alcança
os sonhos de um sonhar jamais sonhado.
Sente o lembrar perdido na lembrança,
cantado pelas brumas do passado.
Perscruta além do véu... Então, alcança
a trama entrelaçada pelo fado.
Sou tua; há eternidades tu és meu...
Desde o princípio em que nos concebeu,
o céu nos destinou a mesma estrada.
E a noite... Uma só tenda... Uma fogueira...
E uma paixão, qual fora a vez primeira...
No encontro... Na explosão de uma alvorada!
Patricia Neme
DESCAMINHOS
Como afagar teus sonhos,
se teu pensar vai distante,
entre as brumas do passado
e o amanhã, que o tempo esconde?
Como embalar-te a alma,
se em fiel vagar por sendas
da tênue veracidade
dos silêncios constelados?
Como ancorar-te o corpo,
no abrigo dos meus permeios,
se teu barco singra mares
de solidão consentida?
Não são reais teus reclamos
de meus passos peregrinos;
se acompanhas as pegadas,
ver-me-ás seguindo a ti.
Patricia Neme
se teu pensar vai distante,
entre as brumas do passado
e o amanhã, que o tempo esconde?
Como embalar-te a alma,
se em fiel vagar por sendas
da tênue veracidade
dos silêncios constelados?
Como ancorar-te o corpo,
no abrigo dos meus permeios,
se teu barco singra mares
de solidão consentida?
Não são reais teus reclamos
de meus passos peregrinos;
se acompanhas as pegadas,
ver-me-ás seguindo a ti.
Patricia Neme
Dupla face
(Garmash)
Quero ouvir teu silêncio,
ver as cores dos teus sonhos
navegar em teu acordar
Cega ou vidente,
debruço-me sobre o tempo
ao fio das horas,
concebendo-me ao mundo
em dupla face,
vendo pelo espelho ao qual me nego
outro semblante renascer
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 15/06/09
Código do Texto: T1650647
Quero ouvir teu silêncio,
ver as cores dos teus sonhos
navegar em teu acordar
Cega ou vidente,
debruço-me sobre o tempo
ao fio das horas,
concebendo-me ao mundo
em dupla face,
vendo pelo espelho ao qual me nego
outro semblante renascer
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 15/06/09
Código do Texto: T1650647
Ensaio
(Irene Sheri)
Aqui nada me aflige,
sou indiferente a culpa
que move o tédio
Inclino-me sobre impasses
como quem retira a voz do vento
e qualquer fragmento do tempo,
furta-me o equilíbrio
E na sombra muda onde o futuro hesita,
ancoro a ternura latente nos teus lábios
que aflora feito uma oração
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 14/06/09
Código do Texto: T1648031
Aqui nada me aflige,
sou indiferente a culpa
que move o tédio
Inclino-me sobre impasses
como quem retira a voz do vento
e qualquer fragmento do tempo,
furta-me o equilíbrio
E na sombra muda onde o futuro hesita,
ancoro a ternura latente nos teus lábios
que aflora feito uma oração
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 14/06/09
Código do Texto: T1648031
Travessia
(Gary Benfield)
Vidros que separam,
são os mesmos que trazem à contraluz,
o perfil delineado e marcado
do difuso tom da tua imagem
Na inefável neblina,
um vôo vapor esculpe
tua voz na escala modal
entoando tua chegada
Teu olhar impreciso
direciona-me às reentrâncias
do teu silêncio
deixando um sopro leve,
imperceptível no afã da vida
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 13/06/09
Código do Texto: T1646498
Vidros que separam,
são os mesmos que trazem à contraluz,
o perfil delineado e marcado
do difuso tom da tua imagem
Na inefável neblina,
um vôo vapor esculpe
tua voz na escala modal
entoando tua chegada
Teu olhar impreciso
direciona-me às reentrâncias
do teu silêncio
deixando um sopro leve,
imperceptível no afã da vida
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 13/06/09
Código do Texto: T1646498
Jornada da Alma
(Gary Benfield)
Começo minha busca pelo coração
domesticando a natureza brusca,
lapidando o instinto
racionalizando o erro cometido
Averíguo passos em falso
abstendo-me do deslaço,
devolvendo amor para o descaso.
É a evolução do ser que se dá,
na renovação que se confirma,
nessa busca infinda do caminho da paz.
Conceição Bentes
11/06/09
Começo minha busca pelo coração
domesticando a natureza brusca,
lapidando o instinto
racionalizando o erro cometido
Averíguo passos em falso
abstendo-me do deslaço,
devolvendo amor para o descaso.
É a evolução do ser que se dá,
na renovação que se confirma,
nessa busca infinda do caminho da paz.
Conceição Bentes
11/06/09
O meu comum...
(Gary Benfield)
O meu comum
não é comum,
é errado quando regulado pelo instinto
No espírito,
tenho desejo chave
Da magia,
a fase de um perfeito encanto
Escondo segredos em nomes incertos
adentrando mistérios
multiplicando imagens
num tranqüilo acontecer
Neste lamento,
contento-me em conter
meu descontentamento
e a minha luta me eterniza
lavrando a alma livre e concisa
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 10/06/09
Código do Texto: T1641241
O meu comum
não é comum,
é errado quando regulado pelo instinto
No espírito,
tenho desejo chave
Da magia,
a fase de um perfeito encanto
Escondo segredos em nomes incertos
adentrando mistérios
multiplicando imagens
num tranqüilo acontecer
Neste lamento,
contento-me em conter
meu descontentamento
e a minha luta me eterniza
lavrando a alma livre e concisa
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 10/06/09
Código do Texto: T1641241
terça-feira, 9 de junho de 2009
Alegrias antigas
(Garmash)
Tenho saudade do tempo
em que as verdades eram ditas
que podia ser franca
sem prantos provocar
Sinto falta dos momentos sinceros
quando servi de suporte
aos soluços abruptos
Queria ter a ilusão
transfigurada em realidade,
a perfeição incompleta
transformando traços soltos
em figuras perfeitas.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 07/06/09
Código do Texto: T1637025
Tenho saudade do tempo
em que as verdades eram ditas
que podia ser franca
sem prantos provocar
Sinto falta dos momentos sinceros
quando servi de suporte
aos soluços abruptos
Queria ter a ilusão
transfigurada em realidade,
a perfeição incompleta
transformando traços soltos
em figuras perfeitas.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 07/06/09
Código do Texto: T1637025
A CANÇÃO DA ESPERA
(Mikhael Garmach)
Quando deixares meu desavisado coração
não esqueças de deixar a luz da lua acesa.
Deixa a chave da esperança sobre a mesa
do quarto onde dormiu teu último verão.
Não te esqueças das romãs do teu outono
só porque as sombras do inverno te virão
como lembranças de um amor de ocasião
que não conciliava mais o próprio sono.
Talvez eu me adormeça aqui para sonhar
com o outro lado temporão da primavera
onde eu sonhar me seja estar à tua espera
doendo de um retorno de qualquer lugar.
Estarei dividindo com as águas do riacho
uma breve canção de prazer e sofrimento
sobre a vida refeita de pena sem lamento
o coração envolto no seu próprio abraço.
Afonso Estebanez
Quando deixares meu desavisado coração
não esqueças de deixar a luz da lua acesa.
Deixa a chave da esperança sobre a mesa
do quarto onde dormiu teu último verão.
Não te esqueças das romãs do teu outono
só porque as sombras do inverno te virão
como lembranças de um amor de ocasião
que não conciliava mais o próprio sono.
Talvez eu me adormeça aqui para sonhar
com o outro lado temporão da primavera
onde eu sonhar me seja estar à tua espera
doendo de um retorno de qualquer lugar.
Estarei dividindo com as águas do riacho
uma breve canção de prazer e sofrimento
sobre a vida refeita de pena sem lamento
o coração envolto no seu próprio abraço.
Afonso Estebanez
Tempo de nós dois
(Ireni Sheri)
Existe no tempo
um lugar indefinido
entre mim e o infinito
que liberta sonhos ocultos
de saudades sem cores
Promessas feitas de esperas
desfolham a solidão
dos dias que amadurecem
enraizando a emoção
que sobrepõe a mente e o coração
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 06/06/09
Código do Texto: T1634765
Existe no tempo
um lugar indefinido
entre mim e o infinito
que liberta sonhos ocultos
de saudades sem cores
Promessas feitas de esperas
desfolham a solidão
dos dias que amadurecem
enraizando a emoção
que sobrepõe a mente e o coração
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 06/06/09
Código do Texto: T1634765
sexta-feira, 5 de junho de 2009
PROCURA
A música distante.. É triste... Chora...
A lua... Sonhos, tantos... Solidão...
Palavras, sentimentos... Tudo implora
por ter nova esperança, novo chão.
Vazio... Alma apagada... É lenta a hora...
É lento o amanhecer do coração.
O sol... O sol, não vem... O sol, demora...
E a dor demarca os passos da emoção.
Qual folha que se vai na tempestade,
minh'alma peregrina na saudade,
saudade... Que não mostra o seu olhar.
De quem? Não sei... Mas sofro, sem medida...
Aqui... No outrora... Eu busco minha vida,
rogando ao céu um dia te encontrar!
- Patricia Neme -
A lua... Sonhos, tantos... Solidão...
Palavras, sentimentos... Tudo implora
por ter nova esperança, novo chão.
Vazio... Alma apagada... É lenta a hora...
É lento o amanhecer do coração.
O sol... O sol, não vem... O sol, demora...
E a dor demarca os passos da emoção.
Qual folha que se vai na tempestade,
minh'alma peregrina na saudade,
saudade... Que não mostra o seu olhar.
De quem? Não sei... Mas sofro, sem medida...
Aqui... No outrora... Eu busco minha vida,
rogando ao céu um dia te encontrar!
- Patricia Neme -
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Meus ocasos
Meus olhos gravitam como sóis
iluminando universos
pautados por planetas em sustenido
e estrelas em bemóis
Ainda que inexistissem luzes,
fosse noite absoluta
e o tempo sofresse lapsos
momentâneos,
auroras noturnas me chegariam
nos ritmos deslizantes
da música do vento,
trazendo poemas diuturnos
ressuscitados nos meus ocasos.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 02/06/09
Código do Texto: T1628315
terça-feira, 2 de junho de 2009
Momento
O vôo dos pássaros prolonga
a beleza das tardes.
E há, em nosso olhar,
um vasto
dealbar.
Tudo, em grandeza, torna-se possível.
O visível nasce do invisível.
As nuvens acenam, de repente.
E aquilo que emergiu
é o emergente.
Artur Eduardo Benevides
(Ceará)
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Artur Eduardo Benevides
"SOU FELIZ É UMA VERDADE"
(Gary Benfield)
“OS SONHOS SÃO MENTIRAS EM GAIOLAS”
Condena, meu amor aprisionado?
Já posso ouvir seus versos com violas
sentir meu coração apaixonado...
Se um sonho morre... vem lágrima e rola!
A saudade eterniza o bem-amado!
“EU JURO QUE APRENDI SER BANDEIROLA”
voar, cantar feliz, sempre ao seu lado.
“DESAPRENDI ANDAR EM LINHA RETA”
por isso, sou feliz! É uma Verdade!
Amada virtual! Sou mulher poeta!
Miguel, o que supõe uma mentira...
As cordas deste Amor tocam Amizade
ao som das belas notas de uma lira.
Miguel Russowsky
“OS SONHOS SÃO MENTIRAS EM GAIOLAS”
Condena, meu amor aprisionado?
Já posso ouvir seus versos com violas
sentir meu coração apaixonado...
Se um sonho morre... vem lágrima e rola!
A saudade eterniza o bem-amado!
“EU JURO QUE APRENDI SER BANDEIROLA”
voar, cantar feliz, sempre ao seu lado.
“DESAPRENDI ANDAR EM LINHA RETA”
por isso, sou feliz! É uma Verdade!
Amada virtual! Sou mulher poeta!
Miguel, o que supõe uma mentira...
As cordas deste Amor tocam Amizade
ao som das belas notas de uma lira.
Miguel Russowsky
Rascunho de sonhos
(Gary Benfield)
Meus sonhos são rascunhos
de poemas órfãos de mim,
imponderáveis lembranças,
adormecidas do que fui
Guardo as imagens
de outros tempos
de vida falha e finda,
no vulto da solidão
Calo-me para o mundo,
vendo a queda desses sonhos
em minha eterna vigília.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 31/05/09
Código do Texto: T1624641
Meus sonhos são rascunhos
de poemas órfãos de mim,
imponderáveis lembranças,
adormecidas do que fui
Guardo as imagens
de outros tempos
de vida falha e finda,
no vulto da solidão
Calo-me para o mundo,
vendo a queda desses sonhos
em minha eterna vigília.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 31/05/09
Código do Texto: T1624641
Quando chegares...
(Gary Benfield)
Quando chegares,
venhas sobre uma folha em branco
e faça teu silêncio chover
sobre minha alma acesa
Amanhecerei em poemas,
nas palavras mudas
ou nos reflexo onde ocultas
tua face nua
Pousarás com teus lábios
na fonte que banha meus sonhos
e o tempo rasgará sombras
das viagens ser regresso.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 30/05/09
Código do Texto: T1623819
Quando chegares,
venhas sobre uma folha em branco
e faça teu silêncio chover
sobre minha alma acesa
Amanhecerei em poemas,
nas palavras mudas
ou nos reflexo onde ocultas
tua face nua
Pousarás com teus lábios
na fonte que banha meus sonhos
e o tempo rasgará sombras
das viagens ser regresso.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 30/05/09
Código do Texto: T1623819
Indagações
(Gary Benfield)
Procuro a vida sem preconceitos
gentes iguais, diferenças nenhuma
Quero no lago da vida
matar a sede do meu grito caduco
que ecoa pelo universo
em busca dos sonhos antigos
Indago pelos segredos,
falo do meu amor
brindo aos sentimentos
do lado escuro de mim
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 29/05/09
Código do Texto: T1622120
Procuro a vida sem preconceitos
gentes iguais, diferenças nenhuma
Quero no lago da vida
matar a sede do meu grito caduco
que ecoa pelo universo
em busca dos sonhos antigos
Indago pelos segredos,
falo do meu amor
brindo aos sentimentos
do lado escuro de mim
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 29/05/09
Código do Texto: T1622120
Desamparo
(Gary Benfield)
Como se não bastasse
a terra sem memória,
as chuvas aqui vêem beber
nossa incredulidade
Ninguém olha o que se dessedenta
entre oceanos tracionados
nos azuis dos trópicos
deixando o tempo no desamparo
Os céus desabam no alvor
do amanhecer atordoado,
arrastando-se pelo cenário
calcinado e rude
onde o mar se ajoelha e rebate
mas nunca se apura.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 27/05/09
Código do Texto: T1617843
Como se não bastasse
a terra sem memória,
as chuvas aqui vêem beber
nossa incredulidade
Ninguém olha o que se dessedenta
entre oceanos tracionados
nos azuis dos trópicos
deixando o tempo no desamparo
Os céus desabam no alvor
do amanhecer atordoado,
arrastando-se pelo cenário
calcinado e rude
onde o mar se ajoelha e rebate
mas nunca se apura.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 27/05/09
Código do Texto: T1617843
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segunda-feira, 29 de junho de 2009
BRISA DO TEMPO
Primeiro era um banco
Frente ao mar calmo.
Sentados nele, calmos,
Dois marinheiros,
Que dividiam a mesma alma,
Falavam de amores passados
Que nunca passaram.
O mais velho tinha um porto em cada amor,
O mais moço tinha um amor em cada porto.
Havia neles uma solidão
Que o mar não continha.
No dia seguinte era um banco
Impregnado de vazios,
E um navio à procura de um porto
Que pudesse lhes conter a alma.
Oswaldo Antônio Begiato
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Oswaldo Antônio Begiato
domingo, 28 de junho de 2009
nas linhas da vida,
o tempo da morte!
soluços, lágrimas...
restos de amor...
na manhã de dor
de tudo o fim
o fim da esperança:
- retalhos do adeus.
no chão orvalhado
de dor e de pranto,
do triste caminho,
o fim da estrada!
consumado o fato:
agora... a saudade!
Regina Helena
o tempo da morte!
soluços, lágrimas...
restos de amor...
na manhã de dor
de tudo o fim
o fim da esperança:
- retalhos do adeus.
no chão orvalhado
de dor e de pranto,
do triste caminho,
o fim da estrada!
consumado o fato:
agora... a saudade!
Regina Helena
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Regina Helena
IDÍLIO QUASE ESQUECIDO
Na paisagem me esqueci,
além do florido muro;
o sonho era muito branco,
mas o destino era escuro...
Resta a memória apagada
do mundo em que me procuro:
eis as rosas que componho
- rosas que plantei nos olhos,
rosas que colhi no sonho.
Decifro o mural da noite
no luar marmorizado
- entre o milagre das rosas
e o branco mel entornado
sobre o tapete do sono:
eis as rosas que componho
- rosas que plantei nos olhos,
rosas que colhi no sonho.
Colombo de Sousa
em O Anúncio do Acontecido
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Colombo de Sousa
O MURO
Resiste o velho paredão em ruínas,
já não é coisa, é uma lembrança
persistente e negra,
que a hera aperta em seu manto de esperança.
Mas se a planta tivesse coração,
e se abraçasse só por amizade,
largaria os tijolos . . . de piedade
abriria os seus ramos pelo chão.
Miguel Reale
In: Poemas do Amor e do Tempo
já não é coisa, é uma lembrança
persistente e negra,
que a hera aperta em seu manto de esperança.
Mas se a planta tivesse coração,
e se abraçasse só por amizade,
largaria os tijolos . . . de piedade
abriria os seus ramos pelo chão.
Miguel Reale
In: Poemas do Amor e do Tempo
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Miguel Reale
Simbólica
Minhas palavras
são simbolismos
perdidos em pensamentos afoitos
Meus sonhos não são inteiros
se não tenho em mim
a tua imagem insegura
Adivinho a linguagem insana
deixando escrever a seiva que luta.
falseada por não ficar inteira
iludida, por não significar um tudo.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 27/06/09
Código do Texto: T1671285
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Conceição Bentes
COMPLEXIDADE
A palavra que transcende sentimentos
é mais precisa e veloz
que o amor e a dor
Escrevo com a voz calada
versos de poemas
do amanhã que nunca chega
opostos ao tempo
de momentos eternos
Indago a complexidade
do entender da vida,
como se a dúvida
fosse a convicção,
pouco importando
se dela me ausento
pela vertente da ilusão
Conceição Bentes
25/06/09
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Conceição Bentes
PASTOREIO
Sou a pastora de mil andorinhas,
aves perdidas em teu denso olhar;
quero poupá-las de ilusões daninhas,
mas elas voam... E te vão buscar.
Tão delicadas, frágeis, pequeninhas...
Tão fascinadas pelo teu mirar...
Sonhos que anseiam ser as entrelinhas
do amor suposto no teu versejar.
E eu pastoreio, busco-as, noite e dia...
Mas são reféns da etérea melodia,
do encantamento, vindo do teu ser.
Asas abertas, alma entregue, inteira...
Seguem viagem, que sei derradeira...
Pois em tuas mãos, irão morrer... Morrer...
- Patricia Neme-
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Patrícia Neme
sábado, 27 de junho de 2009
'Requiescat'
De meu mar, ofereço-te as ondas
e as praias que poéticas conchas te trazem.
Tais suaves mistérios te concedo, mais as algas
e as gaivotas que bicam tecidos de luz na tarde.
Povoados de ti, de mim,
os barcos que chegam e ardem.
Adere-te, pois, ao sal que a mim te chama,
cobre teus pés em espuma e encanto,
molha teu rosto
nas claras águas que o dia me abre.
(Sosseguem , minhas dorsais,
descanse, meu leviatã escuso).
(Fernando Campanella)
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Fernando Campanella
sexta-feira, 26 de junho de 2009
REFABULANDO
Estas cigarras toantes
flutuam na sã inconsciência
de um sono. Estas belezas
-não as perturbes, não as toques -
crepitam em líquidas texturas
de sonho.
Mas se buscares que despertem
afina os ouvidos, achega-te,
imperceptível, leve, e mais leve
e como elas, enquanto verão,
arde então, e canta.
(Fernando Campanella)
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Fernando Campanella
AGORA
Ó felicidade de ser nesta hora fixa
a luminosa forma de um sonho;
talvez a vida, quem sabe, não passasse
desse esquecimento e dessa ausência de luta.
Eu sei, a luz nunca demora.
Há um estágio marcado para as festas.
Mas se ainda me vejo capaz dessa ambição,
que importa, o que é, que importa,
se efêmero sou mais forte
do que tudo o que eterno é sempre em mim?
Lúcio Cardoso
em Poemas Inéditos
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Lúcio Cardoso
CRISTAL
Cultivo a minha rosa no mais puro
cristal, mas uma febre me rói pétala
a pétala com uma fome louca
e da flor resta a jarra solitária.
Um cavalo galopa no meu peito,
com seus cascos de fogo me transporta
ao delírio, à neblina da memória.
Tenho uma cruz na boca, tenho terra
nos olhos e uma noite me solapa
cruel, sorrindo escárnio e pus e campa.
Leva-me a insânia numa sem regresso
viagem pelos pântanos escuros
da alma em sua procura esconsa e azeite
e sei quem sou na forma do poema.
José Carlos Brandão
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José |Carlos Brandão
Poesia
Com a inquietação de toda a vida que se aproxima
Desce também sobre mim o destino implacável como a noite
Colhendo tudo de surpresa, chegando de cima.
O vento joga no meu rosto as sombras das vozes passadas,
Os ruídos eternos, o eco dos inextinguíveis silêncios
Nascidos das confissões estancadas.
Vazios e inúteis como as vigílias sem cansaço
São meus pedidos de auxilio para uma germinação estranha de ímpetos
Que correm para mim, semeados no espaço.
Meus sentidos se prolongam na agonia da tarde
Procurando encontrar na treva da noite
O fim misterioso e sem alarde.
Minha existência é o ultimo pensamento no estertor do suicida
Que abraça a morte
Esperançoso de vida.
Adalgisa Nery
In: Mundos Oscilantes
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Adalgisa Nery
VÔO...
Os passos da noite...
Deixam rastros nos desvãos de minha alma,
despertando consteladas esperanças em minha solidão.
Os passos da noite,
macios, etéreos,
em cálidas fragrâncias embebidos,
me pensam alvoradas de desejos do amanhã.
E uma ilusão enluarada me abrasa,
me veste com asas de vontade renascida.
Porém eu não sei o destino do vôo.
- Patricia Neme –
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Patrícia Neme
Transições
Mastigando raízes de eternidade
adentro-me pelas colinas dos céus
onde Deus é meu relógio.
E buscando sabedoria
não me torno deserto e nem ausência.
Recolho em minha solidão
muralhas de calmaria
sem gemido de dor ou morte.
Em meus redemoinhos
viajo entre cansaços de séculos
adornada de crisântemos amarelos.
Em minha ausente juventude
não há abismos em voragem.
Trigo, fonte e pombas
ornamentam minhas varandas.
A noite ajoelhada soluça
em seu tapete entre velas.
O tempo que é túnel
fala das estações
derramando chuva de invernos
até às eternidades.
Avina Nunes Tzovenos
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Avina Nunes Tzovenos
CONCISA
(Daniel Gerhartz)
Olhos que passam sem ver
vidas que morrem pra renascer
vivem sortilégios da verdade
que valseiam nos ares
iluminando "luares"
Pelas esquinas do mundo
em cada piso, em cada chão
levam rostos perdidos
marcados na contradição
Do romantismo saudoso
passo a pensar e viver,
um estado libertário
dispersivo e pesaroso,
esse é meu novo proceder
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 24/06/09
Código do Texto: T1665656
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Conceição Bentes
COMPLEXIDADE
A palavra que transcende sentimentos
é mais precisa e veloz
que o amor e a dor
Escrevo com a voz calada
versos de poemas
do amanhã que nunca chega
opostos ao tempo
de momentos eternos
Indago a complexidade
do entender da vida,
como se a dúvida
fosse a convicção,
pouco importando
se dela me ausento
pela vertente da ilusão
Conceição Bentes
25/06/09
é mais precisa e veloz
que o amor e a dor
Escrevo com a voz calada
versos de poemas
do amanhã que nunca chega
opostos ao tempo
de momentos eternos
Indago a complexidade
do entender da vida,
como se a dúvida
fosse a convicção,
pouco importando
se dela me ausento
pela vertente da ilusão
Conceição Bentes
25/06/09
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Conceição Bentes
Sonhos Aparentes
(Michael Garmach)
Sou a canção que foge lenta
num cheiro mais de lassidão
que a brisa das tormentas
Olhando o mundo,
sou apenas um espectro
que refugia todo o meu eu
do qual fujo só
Entrego-me aos braços do vento
divina imensidão das cores,
as certezas que abalam,
antes do principio
ou depois do fim
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 23/06/09
Código do Texto: T1662767
Sou a canção que foge lenta
num cheiro mais de lassidão
que a brisa das tormentas
Olhando o mundo,
sou apenas um espectro
que refugia todo o meu eu
do qual fujo só
Entrego-me aos braços do vento
divina imensidão das cores,
as certezas que abalam,
antes do principio
ou depois do fim
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 23/06/09
Código do Texto: T1662767
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Conceição Bentes
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Ao nosso estimado amigo Edildécio Andrade
todo o tempo, vida afora...
- Em cada um deles sentimos
algo de nós indo embora!
Quanto adeus, meu Deus, ouvimos
quantas lágrimas rolando,
por esse caminho, vimos,
os corações se inundando...
Cada adeus traz nostalgia,
todo o tempo, vida afora...
nos rouba toda a alegria,
por isso nossa alma chora.
A nós mesmos, agredimos
numa tristeza sem par...
- Em cada um deles sentimos
a solidão, a chegar!
Parece até que a emoção
foge de nós sem demora,
registrando, o coração,
algo de nós indo embora!
Gislaine Canales
Querido amigo, partiste prematuramente, mas como disse nosso amigo Jevan, foste ao encontro de teu eterno amor. Sei que agora encantas os reinos do céu com sua voz suave e melodiosa! Na terra calou a voz, no céu acendeu-se uma luz!
Até logo especial amigo!
21-06-2009
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Gislaine Canales- Trio Irakitan
domingo, 21 de junho de 2009
EN PASSANT...
(Natalja Picugina)
Passando aqui só para ver o meu amor
bailando nos compassos de tua canção
tão doce que pareço o meu feliz cantor
numa ária de amor vibrando o coração
passando aqui de novo para relembrar
tantas foram as primaveras sem verão
perdidas da esperança de poder voltar
ao leito de descanso dessa compulsão
de reviver o teu amor sem sofrimento
ainda que amar te seja apenas ilusão:
passando só para falar do sentimento
e todo esse lamento de não ter razão.
Afonso Estebanez
Passando aqui só para ver o meu amor
bailando nos compassos de tua canção
tão doce que pareço o meu feliz cantor
numa ária de amor vibrando o coração
passando aqui de novo para relembrar
tantas foram as primaveras sem verão
perdidas da esperança de poder voltar
ao leito de descanso dessa compulsão
de reviver o teu amor sem sofrimento
ainda que amar te seja apenas ilusão:
passando só para falar do sentimento
e todo esse lamento de não ter razão.
Afonso Estebanez
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Afonso Estebanez
Átimo
(Michael Garmash)
Só com você
preciso tanto
de navegar
que tanto mar
(entre nós dois)
é um caminho
que não precisa
de chegar...
Só com você
é tão eterno
estar amando
que ser feliz
(entre nós dois)
é um momento
que sempre acaba
atrapalhando...
Se não é sonho, naufraga!
Então, estamos sonhando...
Afonso Estebanez
Só com você
preciso tanto
de navegar
que tanto mar
(entre nós dois)
é um caminho
que não precisa
de chegar...
Só com você
é tão eterno
estar amando
que ser feliz
(entre nós dois)
é um momento
que sempre acaba
atrapalhando...
Se não é sonho, naufraga!
Então, estamos sonhando...
Afonso Estebanez
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Afonso Estebanez
Partitura
(Daniel Gerhartz)
palavra instrumento
desafogo ao coração
espelha o sentimento
em si mesmo percute
musicando em bemóis
pouco a pouco semitom
mudança e sustenido
da à vida o seu sentido
Tereza Lima Gondim
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Tereza Lima Gondim
Partituras
(Daniel Gerhartz)
Gosto todas as vezes que você chega
sem me avisar
Passo horas, dias, anos...
nesta espera lenta
como um rio que chora
lamentando a solidão da correnteza
sem um barco pra navegar
Gosto quando a noite é de lua
vejo meu reflexo em teus olhos
imagino quanto tempo
ainda terei que te esperar
Já passaram décadas... milênios
vislumbro cada estação
mudando o cheiro das flores
temperando todas cores
acalmando minha inquietação
Gosto quando você chega
trazendo na mala novos versos
partituras de novas canções.
Vania Gondim
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Vania Gondim
Sou única
(Daniel Gerhartz)
Sou única comigo,
compondo poucas falas,
sinônimo de liberdade
Deixo a voz fugir
para ser usada num poema
soprado aos ventos disseminados
Minhas certezas abalam-se
no descanso cavado
pelo meu próprio exílio
e mesmo ciente aos olhos,
o sigo!
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 20/06/09
Código do Texto: T1658039
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Conceição Bentes
ENGANO
(Daniel Gerhartz)
Eu te percebo em vôo errante e vago,
cortejas flores, rondas os canteiros.
Perdido em cores, bebes, trago a trago,
orvalho e néctar, vãos e derradeiros.
Beijas a rosa, no cravo um afago...
Mas teus carinhos não são verdadeiros.
Teu rastro fala de dor e de estrago,
dos sonhos mortos... Todos passageiros!
Teus passos são volúveis, causam dano,
motivam pranto, angústia, desengano,
desfolhas vidas, sem pena, sem dó.
Tanta aridez... O que é do meu jardim?
Eu me pergunto, o que será de mim...
Assim tão triste, machucada e só!
- Patricia Neme -
Eu te percebo em vôo errante e vago,
cortejas flores, rondas os canteiros.
Perdido em cores, bebes, trago a trago,
orvalho e néctar, vãos e derradeiros.
Beijas a rosa, no cravo um afago...
Mas teus carinhos não são verdadeiros.
Teu rastro fala de dor e de estrago,
dos sonhos mortos... Todos passageiros!
Teus passos são volúveis, causam dano,
motivam pranto, angústia, desengano,
desfolhas vidas, sem pena, sem dó.
Tanta aridez... O que é do meu jardim?
Eu me pergunto, o que será de mim...
Assim tão triste, machucada e só!
- Patricia Neme -
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Patrícia Neme
Saudade cristalizada
(Daniel Gerhartz)
Fico em silêncio
na correnteza da vida
vendo a lágrima do tempo
verter em minha face
Cada gota em cristal
se petrifica como a saudade
eternizada na alma
Afasto as miragens
que se acercam de mim
andando em calçadas obscuras
transformando-se em ciladas
por palavras inacabadas
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 18/06/09
Código do Texto: T1654733
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Conceição Bentes
Meditação
(Daniel Gerhartz)
Quando a platéia se retira,
os sentimentos morrem,
e a vida suspensa por uma haste
equilibra sonhos deitados em esteiras
O tempo espera as espigas do mundo
varridas pela poeira
esquecendo a cadência dos passos
no desfiladeiro do silêncio
Mergulho então no céu que me grita
enquanto anjos temporários
partem o silêncio
que saem do meu mutismo
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 17/06/09
Código do Texto: T1652812
Marcadores:
Conceição Bentes
Codificas o amor
(Daniel Gerhartz)
Tua palavra é código
que sai e queima meus ouvidos,
teus gestos me convergem
a templos antigos
onde cultuo deuses invisíveis
Teu amor tem sua hora
como a claridade do dia
na face lírica das águas
na madrugada da fantasia
Codificas o tempo maior,
translúcido na penumbra da noite,
em cada palavra de riso
em cada signo de verbo
em cada lágrima de delírio
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 16/06/09
Código do Texto: T1651085
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Conceição Bentes
terça-feira, 16 de junho de 2009
Enfeite-se com margaridas e ternuras
E escove a alma com flores
Com leves fricções de esperança
De alma escovada e coração acelerado
Saia do quintal de si mesmo
E descubra o próprio jardim...
Carlos Drummond de Andrade
E escove a alma com flores
Com leves fricções de esperança
De alma escovada e coração acelerado
Saia do quintal de si mesmo
E descubra o próprio jardim...
Carlos Drummond de Andrade
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Carlos Drummond de Andrade
ENCONTRO
(Gary Benfield)
Sente minh'alma, o corpo... Ouve a esperança
de um amanhã sem medos, sem pecado.
Sente o desejo, a entrega e o amor que alcança
os sonhos de um sonhar jamais sonhado.
Sente o lembrar perdido na lembrança,
cantado pelas brumas do passado.
Perscruta além do véu... Então, alcança
a trama entrelaçada pelo fado.
Sou tua; há eternidades tu és meu...
Desde o princípio em que nos concebeu,
o céu nos destinou a mesma estrada.
E a noite... Uma só tenda... Uma fogueira...
E uma paixão, qual fora a vez primeira...
No encontro... Na explosão de uma alvorada!
Patricia Neme
Sente minh'alma, o corpo... Ouve a esperança
de um amanhã sem medos, sem pecado.
Sente o desejo, a entrega e o amor que alcança
os sonhos de um sonhar jamais sonhado.
Sente o lembrar perdido na lembrança,
cantado pelas brumas do passado.
Perscruta além do véu... Então, alcança
a trama entrelaçada pelo fado.
Sou tua; há eternidades tu és meu...
Desde o princípio em que nos concebeu,
o céu nos destinou a mesma estrada.
E a noite... Uma só tenda... Uma fogueira...
E uma paixão, qual fora a vez primeira...
No encontro... Na explosão de uma alvorada!
Patricia Neme
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Patrícia Neme
DESCAMINHOS
Como afagar teus sonhos,
se teu pensar vai distante,
entre as brumas do passado
e o amanhã, que o tempo esconde?
Como embalar-te a alma,
se em fiel vagar por sendas
da tênue veracidade
dos silêncios constelados?
Como ancorar-te o corpo,
no abrigo dos meus permeios,
se teu barco singra mares
de solidão consentida?
Não são reais teus reclamos
de meus passos peregrinos;
se acompanhas as pegadas,
ver-me-ás seguindo a ti.
Patricia Neme
se teu pensar vai distante,
entre as brumas do passado
e o amanhã, que o tempo esconde?
Como embalar-te a alma,
se em fiel vagar por sendas
da tênue veracidade
dos silêncios constelados?
Como ancorar-te o corpo,
no abrigo dos meus permeios,
se teu barco singra mares
de solidão consentida?
Não são reais teus reclamos
de meus passos peregrinos;
se acompanhas as pegadas,
ver-me-ás seguindo a ti.
Patricia Neme
Marcadores:
Patrícia Neme
Dupla face
(Garmash)
Quero ouvir teu silêncio,
ver as cores dos teus sonhos
navegar em teu acordar
Cega ou vidente,
debruço-me sobre o tempo
ao fio das horas,
concebendo-me ao mundo
em dupla face,
vendo pelo espelho ao qual me nego
outro semblante renascer
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 15/06/09
Código do Texto: T1650647
Quero ouvir teu silêncio,
ver as cores dos teus sonhos
navegar em teu acordar
Cega ou vidente,
debruço-me sobre o tempo
ao fio das horas,
concebendo-me ao mundo
em dupla face,
vendo pelo espelho ao qual me nego
outro semblante renascer
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 15/06/09
Código do Texto: T1650647
Marcadores:
Conceição Bentes
Ensaio
(Irene Sheri)
Aqui nada me aflige,
sou indiferente a culpa
que move o tédio
Inclino-me sobre impasses
como quem retira a voz do vento
e qualquer fragmento do tempo,
furta-me o equilíbrio
E na sombra muda onde o futuro hesita,
ancoro a ternura latente nos teus lábios
que aflora feito uma oração
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 14/06/09
Código do Texto: T1648031
Aqui nada me aflige,
sou indiferente a culpa
que move o tédio
Inclino-me sobre impasses
como quem retira a voz do vento
e qualquer fragmento do tempo,
furta-me o equilíbrio
E na sombra muda onde o futuro hesita,
ancoro a ternura latente nos teus lábios
que aflora feito uma oração
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 14/06/09
Código do Texto: T1648031
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Conceição Bentes
Travessia
(Gary Benfield)
Vidros que separam,
são os mesmos que trazem à contraluz,
o perfil delineado e marcado
do difuso tom da tua imagem
Na inefável neblina,
um vôo vapor esculpe
tua voz na escala modal
entoando tua chegada
Teu olhar impreciso
direciona-me às reentrâncias
do teu silêncio
deixando um sopro leve,
imperceptível no afã da vida
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 13/06/09
Código do Texto: T1646498
Vidros que separam,
são os mesmos que trazem à contraluz,
o perfil delineado e marcado
do difuso tom da tua imagem
Na inefável neblina,
um vôo vapor esculpe
tua voz na escala modal
entoando tua chegada
Teu olhar impreciso
direciona-me às reentrâncias
do teu silêncio
deixando um sopro leve,
imperceptível no afã da vida
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 13/06/09
Código do Texto: T1646498
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Conceição Bentes
Jornada da Alma
(Gary Benfield)
Começo minha busca pelo coração
domesticando a natureza brusca,
lapidando o instinto
racionalizando o erro cometido
Averíguo passos em falso
abstendo-me do deslaço,
devolvendo amor para o descaso.
É a evolução do ser que se dá,
na renovação que se confirma,
nessa busca infinda do caminho da paz.
Conceição Bentes
11/06/09
Começo minha busca pelo coração
domesticando a natureza brusca,
lapidando o instinto
racionalizando o erro cometido
Averíguo passos em falso
abstendo-me do deslaço,
devolvendo amor para o descaso.
É a evolução do ser que se dá,
na renovação que se confirma,
nessa busca infinda do caminho da paz.
Conceição Bentes
11/06/09
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Conceição Bentes
O meu comum...
(Gary Benfield)
O meu comum
não é comum,
é errado quando regulado pelo instinto
No espírito,
tenho desejo chave
Da magia,
a fase de um perfeito encanto
Escondo segredos em nomes incertos
adentrando mistérios
multiplicando imagens
num tranqüilo acontecer
Neste lamento,
contento-me em conter
meu descontentamento
e a minha luta me eterniza
lavrando a alma livre e concisa
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 10/06/09
Código do Texto: T1641241
O meu comum
não é comum,
é errado quando regulado pelo instinto
No espírito,
tenho desejo chave
Da magia,
a fase de um perfeito encanto
Escondo segredos em nomes incertos
adentrando mistérios
multiplicando imagens
num tranqüilo acontecer
Neste lamento,
contento-me em conter
meu descontentamento
e a minha luta me eterniza
lavrando a alma livre e concisa
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 10/06/09
Código do Texto: T1641241
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terça-feira, 9 de junho de 2009
Alegrias antigas
(Garmash)
Tenho saudade do tempo
em que as verdades eram ditas
que podia ser franca
sem prantos provocar
Sinto falta dos momentos sinceros
quando servi de suporte
aos soluços abruptos
Queria ter a ilusão
transfigurada em realidade,
a perfeição incompleta
transformando traços soltos
em figuras perfeitas.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 07/06/09
Código do Texto: T1637025
Tenho saudade do tempo
em que as verdades eram ditas
que podia ser franca
sem prantos provocar
Sinto falta dos momentos sinceros
quando servi de suporte
aos soluços abruptos
Queria ter a ilusão
transfigurada em realidade,
a perfeição incompleta
transformando traços soltos
em figuras perfeitas.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 07/06/09
Código do Texto: T1637025
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A CANÇÃO DA ESPERA
(Mikhael Garmach)
Quando deixares meu desavisado coração
não esqueças de deixar a luz da lua acesa.
Deixa a chave da esperança sobre a mesa
do quarto onde dormiu teu último verão.
Não te esqueças das romãs do teu outono
só porque as sombras do inverno te virão
como lembranças de um amor de ocasião
que não conciliava mais o próprio sono.
Talvez eu me adormeça aqui para sonhar
com o outro lado temporão da primavera
onde eu sonhar me seja estar à tua espera
doendo de um retorno de qualquer lugar.
Estarei dividindo com as águas do riacho
uma breve canção de prazer e sofrimento
sobre a vida refeita de pena sem lamento
o coração envolto no seu próprio abraço.
Afonso Estebanez
Quando deixares meu desavisado coração
não esqueças de deixar a luz da lua acesa.
Deixa a chave da esperança sobre a mesa
do quarto onde dormiu teu último verão.
Não te esqueças das romãs do teu outono
só porque as sombras do inverno te virão
como lembranças de um amor de ocasião
que não conciliava mais o próprio sono.
Talvez eu me adormeça aqui para sonhar
com o outro lado temporão da primavera
onde eu sonhar me seja estar à tua espera
doendo de um retorno de qualquer lugar.
Estarei dividindo com as águas do riacho
uma breve canção de prazer e sofrimento
sobre a vida refeita de pena sem lamento
o coração envolto no seu próprio abraço.
Afonso Estebanez
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Afonso Estebanez
Tempo de nós dois
(Ireni Sheri)
Existe no tempo
um lugar indefinido
entre mim e o infinito
que liberta sonhos ocultos
de saudades sem cores
Promessas feitas de esperas
desfolham a solidão
dos dias que amadurecem
enraizando a emoção
que sobrepõe a mente e o coração
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 06/06/09
Código do Texto: T1634765
Existe no tempo
um lugar indefinido
entre mim e o infinito
que liberta sonhos ocultos
de saudades sem cores
Promessas feitas de esperas
desfolham a solidão
dos dias que amadurecem
enraizando a emoção
que sobrepõe a mente e o coração
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 06/06/09
Código do Texto: T1634765
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Conceição Bentes
sexta-feira, 5 de junho de 2009
PROCURA
A música distante.. É triste... Chora...
A lua... Sonhos, tantos... Solidão...
Palavras, sentimentos... Tudo implora
por ter nova esperança, novo chão.
Vazio... Alma apagada... É lenta a hora...
É lento o amanhecer do coração.
O sol... O sol, não vem... O sol, demora...
E a dor demarca os passos da emoção.
Qual folha que se vai na tempestade,
minh'alma peregrina na saudade,
saudade... Que não mostra o seu olhar.
De quem? Não sei... Mas sofro, sem medida...
Aqui... No outrora... Eu busco minha vida,
rogando ao céu um dia te encontrar!
- Patricia Neme -
A lua... Sonhos, tantos... Solidão...
Palavras, sentimentos... Tudo implora
por ter nova esperança, novo chão.
Vazio... Alma apagada... É lenta a hora...
É lento o amanhecer do coração.
O sol... O sol, não vem... O sol, demora...
E a dor demarca os passos da emoção.
Qual folha que se vai na tempestade,
minh'alma peregrina na saudade,
saudade... Que não mostra o seu olhar.
De quem? Não sei... Mas sofro, sem medida...
Aqui... No outrora... Eu busco minha vida,
rogando ao céu um dia te encontrar!
- Patricia Neme -
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Patrícia Neme
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Meus ocasos
Meus olhos gravitam como sóis
iluminando universos
pautados por planetas em sustenido
e estrelas em bemóis
Ainda que inexistissem luzes,
fosse noite absoluta
e o tempo sofresse lapsos
momentâneos,
auroras noturnas me chegariam
nos ritmos deslizantes
da música do vento,
trazendo poemas diuturnos
ressuscitados nos meus ocasos.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 02/06/09
Código do Texto: T1628315
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Conceição Bentes
terça-feira, 2 de junho de 2009
Momento
O vôo dos pássaros prolonga
a beleza das tardes.
E há, em nosso olhar,
um vasto
dealbar.
Tudo, em grandeza, torna-se possível.
O visível nasce do invisível.
As nuvens acenam, de repente.
E aquilo que emergiu
é o emergente.
Artur Eduardo Benevides
(Ceará)
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Artur Eduardo Benevides
"SOU FELIZ É UMA VERDADE"
(Gary Benfield)
“OS SONHOS SÃO MENTIRAS EM GAIOLAS”
Condena, meu amor aprisionado?
Já posso ouvir seus versos com violas
sentir meu coração apaixonado...
Se um sonho morre... vem lágrima e rola!
A saudade eterniza o bem-amado!
“EU JURO QUE APRENDI SER BANDEIROLA”
voar, cantar feliz, sempre ao seu lado.
“DESAPRENDI ANDAR EM LINHA RETA”
por isso, sou feliz! É uma Verdade!
Amada virtual! Sou mulher poeta!
Miguel, o que supõe uma mentira...
As cordas deste Amor tocam Amizade
ao som das belas notas de uma lira.
Miguel Russowsky
“OS SONHOS SÃO MENTIRAS EM GAIOLAS”
Condena, meu amor aprisionado?
Já posso ouvir seus versos com violas
sentir meu coração apaixonado...
Se um sonho morre... vem lágrima e rola!
A saudade eterniza o bem-amado!
“EU JURO QUE APRENDI SER BANDEIROLA”
voar, cantar feliz, sempre ao seu lado.
“DESAPRENDI ANDAR EM LINHA RETA”
por isso, sou feliz! É uma Verdade!
Amada virtual! Sou mulher poeta!
Miguel, o que supõe uma mentira...
As cordas deste Amor tocam Amizade
ao som das belas notas de uma lira.
Miguel Russowsky
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Miguel Russowsky
Rascunho de sonhos
(Gary Benfield)
Meus sonhos são rascunhos
de poemas órfãos de mim,
imponderáveis lembranças,
adormecidas do que fui
Guardo as imagens
de outros tempos
de vida falha e finda,
no vulto da solidão
Calo-me para o mundo,
vendo a queda desses sonhos
em minha eterna vigília.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 31/05/09
Código do Texto: T1624641
Meus sonhos são rascunhos
de poemas órfãos de mim,
imponderáveis lembranças,
adormecidas do que fui
Guardo as imagens
de outros tempos
de vida falha e finda,
no vulto da solidão
Calo-me para o mundo,
vendo a queda desses sonhos
em minha eterna vigília.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 31/05/09
Código do Texto: T1624641
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Conceição Bentes
Quando chegares...
(Gary Benfield)
Quando chegares,
venhas sobre uma folha em branco
e faça teu silêncio chover
sobre minha alma acesa
Amanhecerei em poemas,
nas palavras mudas
ou nos reflexo onde ocultas
tua face nua
Pousarás com teus lábios
na fonte que banha meus sonhos
e o tempo rasgará sombras
das viagens ser regresso.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 30/05/09
Código do Texto: T1623819
Quando chegares,
venhas sobre uma folha em branco
e faça teu silêncio chover
sobre minha alma acesa
Amanhecerei em poemas,
nas palavras mudas
ou nos reflexo onde ocultas
tua face nua
Pousarás com teus lábios
na fonte que banha meus sonhos
e o tempo rasgará sombras
das viagens ser regresso.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 30/05/09
Código do Texto: T1623819
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Indagações
(Gary Benfield)
Procuro a vida sem preconceitos
gentes iguais, diferenças nenhuma
Quero no lago da vida
matar a sede do meu grito caduco
que ecoa pelo universo
em busca dos sonhos antigos
Indago pelos segredos,
falo do meu amor
brindo aos sentimentos
do lado escuro de mim
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 29/05/09
Código do Texto: T1622120
Procuro a vida sem preconceitos
gentes iguais, diferenças nenhuma
Quero no lago da vida
matar a sede do meu grito caduco
que ecoa pelo universo
em busca dos sonhos antigos
Indago pelos segredos,
falo do meu amor
brindo aos sentimentos
do lado escuro de mim
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 29/05/09
Código do Texto: T1622120
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Conceição Bentes
Desamparo
(Gary Benfield)
Como se não bastasse
a terra sem memória,
as chuvas aqui vêem beber
nossa incredulidade
Ninguém olha o que se dessedenta
entre oceanos tracionados
nos azuis dos trópicos
deixando o tempo no desamparo
Os céus desabam no alvor
do amanhecer atordoado,
arrastando-se pelo cenário
calcinado e rude
onde o mar se ajoelha e rebate
mas nunca se apura.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 27/05/09
Código do Texto: T1617843
Como se não bastasse
a terra sem memória,
as chuvas aqui vêem beber
nossa incredulidade
Ninguém olha o que se dessedenta
entre oceanos tracionados
nos azuis dos trópicos
deixando o tempo no desamparo
Os céus desabam no alvor
do amanhecer atordoado,
arrastando-se pelo cenário
calcinado e rude
onde o mar se ajoelha e rebate
mas nunca se apura.
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 27/05/09
Código do Texto: T1617843
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