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quarta-feira, 19 de agosto de 2009
FRAGA E SOMBRA
A sombra azul da tarde nos confrange.
Baixa, severa, a luz crepuscular.
Um sino toca, e não saber quem tange
é como se este som nascesse do ar.
Música breve, noite longa. O alfanje
que sono e sonho ceifa devagar
mal se desenha, fino, ante a falange
das nuvens esquecidas de passar.
Os dois apenas, entre céu e terra,
sentimos o espetáculo do mundo,
feito de mar ausente e abstrata serra.
E calcamos em nós, sob o profundo
instinto de existir, outra mais pura
vontade de anular a criatura.
Carlos Drummond de Andrade
in: Claro Enigma -1951-
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quarta-feira, 19 de agosto de 2009
FRAGA E SOMBRA
A sombra azul da tarde nos confrange.
Baixa, severa, a luz crepuscular.
Um sino toca, e não saber quem tange
é como se este som nascesse do ar.
Música breve, noite longa. O alfanje
que sono e sonho ceifa devagar
mal se desenha, fino, ante a falange
das nuvens esquecidas de passar.
Os dois apenas, entre céu e terra,
sentimos o espetáculo do mundo,
feito de mar ausente e abstrata serra.
E calcamos em nós, sob o profundo
instinto de existir, outra mais pura
vontade de anular a criatura.
Carlos Drummond de Andrade
in: Claro Enigma -1951-
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Carlos Drummond de Andrade
Um comentário:
- Sandra disse...
-
muito bom esse post...
Tenha um bom dia!!!
Beijoss... - quinta-feira, agosto 20, 2009
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Um comentário:
muito bom esse post...
Tenha um bom dia!!!
Beijoss...
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