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domingo, 14 de dezembro de 2008
'Último Soneto'
Quero o manto da noite a velar meu cabelo,
do luar, a centelha, mostrando-me o norte.
Às estrelas suplico, o mais profundo apelo
ao Senhor do existir: que me conceda a morte.
Quero ondas de brisa a ninar-me, em desvelo,
quando o corpo, exaurido, perder o seu porte;
quero o abraço do fogo ao cruel pesadelo
de uma vida sofrida, madrasta, sem sorte.
Que ninguém me lamente, sequer mandem flores
- não suporto o fingir, travestido de cores - ...
Minhas cinzas? Libertas ao vento, mais nada.
Nada mais?... Quero, ainda, a benesse do olvido,
não lembrar deste mundo, infiel, desabrido,
onde o amor tem na dor sua rima adequada.
Patrícia Neme
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domingo, 14 de dezembro de 2008
'Último Soneto'
Quero o manto da noite a velar meu cabelo,
do luar, a centelha, mostrando-me o norte.
Às estrelas suplico, o mais profundo apelo
ao Senhor do existir: que me conceda a morte.
Quero ondas de brisa a ninar-me, em desvelo,
quando o corpo, exaurido, perder o seu porte;
quero o abraço do fogo ao cruel pesadelo
de uma vida sofrida, madrasta, sem sorte.
Que ninguém me lamente, sequer mandem flores
- não suporto o fingir, travestido de cores - ...
Minhas cinzas? Libertas ao vento, mais nada.
Nada mais?... Quero, ainda, a benesse do olvido,
não lembrar deste mundo, infiel, desabrido,
onde o amor tem na dor sua rima adequada.
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