Ah! Que alegria de furtar manhãs! –
Um “venha “ de um tapa azul no sangue!
Tê-la a ensinar ao sol da nossa boca
Uma lição de madrigais meninos!
Brincar o cheiro da manhã molhada
Enxugando-a de amor! Depois gostá-la
Com um circo de prazer de ter achado
Dentro da música o assobio perdido.
Ter a manhã como uma caixa e abri-la
Para afofar seu dispersivo corpo
Até reaver os dedos sujos de asas!
Sorver manhãs com licor de almas dentro,
Num orgasmo castíssimo, surpreso
Que a dor insista em praticar a noite...
Homero Frei
In “Sonetos Brancos” (1998)
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