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quarta-feira, 26 de março de 2014
''Despedida''
Pediste-me qualquer coisa.
Qualquer coisa de meu muito íntimo
que me cobrisse o corpo…
Que me tocasse a pele arrepiada,
E como pra te dar eu não tivesse nada,
E como só a escuridão me envolvesse
pelos olhos, pelos ombros,
pelo ventre morno e mofino,
eu te dei de presente a minha noite enorme,
a minha grande noite sem memória e sem destino!
Adalcinda Camarão,
do livro "Poesia do Grão-Pará" (seleção e notas de Olga Savary). Rio, Graphia, 2001.
[Arte: Bayram Salamov]
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quarta-feira, 26 de março de 2014
''Despedida''
Pediste-me qualquer coisa.
Qualquer coisa de meu muito íntimo
que me cobrisse o corpo…
Que me tocasse a pele arrepiada,
E como pra te dar eu não tivesse nada,
E como só a escuridão me envolvesse
pelos olhos, pelos ombros,
pelo ventre morno e mofino,
eu te dei de presente a minha noite enorme,
a minha grande noite sem memória e sem destino!
Adalcinda Camarão,
do livro "Poesia do Grão-Pará" (seleção e notas de Olga Savary). Rio, Graphia, 2001.
[Arte: Bayram Salamov]
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