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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
SIM, EU TENTO
Sim, eu quis escrever
um poema alegre.
...
Sim, eu quis antever
um poema alegre.
Sim, eu quis até viver
um poema alegre.
Mas, a vida me impôs
uma tristeza imensa.
A vida me expôs
uma franqueza intensa.
Então, não havia escolha:
como a tristeza no bolso,
esmago a ausência insana.
Mas eu quis, sim, escrever
um poema alegre.
Apenas um, porque é preciso:
enquanto ainda sobrevivo.
Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
sábado, 12 de fevereiro de 2011
NO PRINCIPIO, O VERBO
I
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
devagar, a palavra
... Que flui, como lava,
do seu aflito ou alegre coração.
II
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
devagar, a palavra
Que arde e ilumina seu passo
ou ato de maior devoção.
III
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
devagar, a palavra
Que do espírito espanta
ou alivia sua dor ou fantasia.
IV
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
devagar, a palavra
Que saúda a criança abraçada
ao verbo, na via expressa.
V
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
devagar, a palavra
A serviço do melhor ouvir;
mais aprender ou sorrir.
VI
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
devagar, a palavra
Seu mais caro e casto aludir;
a prima razão de tanto advir.
VII
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
paciente, seu transverso pensar;
com quem olvida o paladar.
Jairo De Britto,
de 'Dunas de Marfim'
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
varanda
Despojamento
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
NAITÔ JÔSÔ
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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
SIM, EU TENTO
Sim, eu quis escrever
um poema alegre.
...
Sim, eu quis antever
um poema alegre.
Sim, eu quis até viver
um poema alegre.
Mas, a vida me impôs
uma tristeza imensa.
A vida me expôs
uma franqueza intensa.
Então, não havia escolha:
como a tristeza no bolso,
esmago a ausência insana.
Mas eu quis, sim, escrever
um poema alegre.
Apenas um, porque é preciso:
enquanto ainda sobrevivo.
Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
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Jairo De Britto
sábado, 12 de fevereiro de 2011
NO PRINCIPIO, O VERBO
I
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
devagar, a palavra
... Que flui, como lava,
do seu aflito ou alegre coração.
II
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
devagar, a palavra
Que arde e ilumina seu passo
ou ato de maior devoção.
III
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
devagar, a palavra
Que do espírito espanta
ou alivia sua dor ou fantasia.
IV
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
devagar, a palavra
Que saúda a criança abraçada
ao verbo, na via expressa.
V
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
devagar, a palavra
A serviço do melhor ouvir;
mais aprender ou sorrir.
VI
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
devagar, a palavra
Seu mais caro e casto aludir;
a prima razão de tanto advir.
VII
Cuidado, amigo,
com quem não acompanha,
paciente, seu transverso pensar;
com quem olvida o paladar.
Jairo De Britto,
de 'Dunas de Marfim'
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Jairo De Britto
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
varanda
do alto a chuva tênue
torna pleno
o silêncio da cidade
o corpo oscila
na noite breve vaga
nas vertentes dos rios
mãos mansas tateiam
nuances das ruínas fendas
da memória
do alto a chuva ainda
mais bela sussura
a inspiração das auroras
Adair Carvalhais Júnior
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Adair Carvalhais Junior
Despojamento
Deitou-se a céu aberto
com chuvas e trovoadas
teve de recolher-se
das estrelas
de sua imaginação
Carlos Vogt
com chuvas e trovoadas
teve de recolher-se
das estrelas
de sua imaginação
Carlos Vogt
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Carlos Vogt
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
NAITÔ JÔSÔ
Enquanto a ave busca
tronco morto, a cerejeira
procura florir.
Delores Pires
In: O livro dos Haicais
NAITÔ JÔSÔ
(1662 – 1704)
Le pivert
Cherche des arbres morts
Pendant que les cerisiers sont en fleur.
Delores Pires
In: O livro dos Haicais
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Delores Pires
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