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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
IV
Não é do sono que nasce
nem de obscuras palavras
mas da luz que me ilumina
os braços, olhos e face.
Nasce de estranhos presságios
submersos nos meus sentidos
esta encantação de pássaros
que voam da minha fala.
Nasce talvez dos meus gestos
de recônditos segredos
e são as minhas secretas
alegrias e meus medos.
São meus transes, meus instantes
que me possuem com a beleza
de extrair corpos e plumas
das tábuas da minha mesa.
São minhas múltiplas horas
de alucinados prazeres
em que me assistem transidos
o anoitecer e as auroras.
Ah dom de inventar-me alado
e voar com os meus vocábulos
sem espaços que limitem
meus pés no chão repousados.
Foed Castro Chamma
De Narceja - antologia de poesia. São Paulo, 1959
(Paraná- 1927- Rio de Janeiro 2010)
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
IV
Não é do sono que nasce
nem de obscuras palavras
mas da luz que me ilumina
os braços, olhos e face.
Nasce de estranhos presságios
submersos nos meus sentidos
esta encantação de pássaros
que voam da minha fala.
Nasce talvez dos meus gestos
de recônditos segredos
e são as minhas secretas
alegrias e meus medos.
São meus transes, meus instantes
que me possuem com a beleza
de extrair corpos e plumas
das tábuas da minha mesa.
São minhas múltiplas horas
de alucinados prazeres
em que me assistem transidos
o anoitecer e as auroras.
Ah dom de inventar-me alado
e voar com os meus vocábulos
sem espaços que limitem
meus pés no chão repousados.
Foed Castro Chamma
De Narceja - antologia de poesia. São Paulo, 1959
(Paraná- 1927- Rio de Janeiro 2010)
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