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domingo, 28 de fevereiro de 2010
III (Março)
Março abre os cômodos da casa.
Chegam formigas, pulgões, macacos
E nas embaúbas se instalam.
Preguiças úmidas prateadas
também em mim
se hospedam
em simbioses mais raras.
(F. Campanella)
Poema da série 'Efemérides
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
E-Book
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
IV
Não é do sono que nasce
nem de obscuras palavras
mas da luz que me ilumina
os braços, olhos e face.
Nasce de estranhos presságios
submersos nos meus sentidos
esta encantação de pássaros
que voam da minha fala.
Nasce talvez dos meus gestos
de recônditos segredos
e são as minhas secretas
alegrias e meus medos.
São meus transes, meus instantes
que me possuem com a beleza
de extrair corpos e plumas
das tábuas da minha mesa.
São minhas múltiplas horas
de alucinados prazeres
em que me assistem transidos
o anoitecer e as auroras.
Ah dom de inventar-me alado
e voar com os meus vocábulos
sem espaços que limitem
meus pés no chão repousados.
Foed Castro Chamma
De Narceja - antologia de poesia. São Paulo, 1959
(Paraná- 1927- Rio de Janeiro 2010)
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
A solidão e sua porta
(dedicada a Francisco Brennand)
Quando mais nada existir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha).
Quando pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha
a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida
com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.
Carlos Pena Filho
(Pernambuco 1929- Recife 1960)
domingo, 21 de fevereiro de 2010
As vezes
As vezes só olho
telhados cinzentos,
janelas fechadas
casas descoloridas
pelo tempo.
Me perco então
na solidão
dos meus pensamentos,
em um triste silêncio.
Em Outras, invento
mil cores,
a procura das aves,
a beira da praia,
vejo a espuma do mar
tão alva,tão limpa.
Vejo nas tardes
o céu tomado pelo sol,
que foge a se esonder
lentamente.
Me pego criança,
feliz a brincar
com minhas lembranças,
parece que
está tudo em paz.
Monjeló
Marcadores:
Luiz Alberto dos Santos Monjeló
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
E-book
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
'O OUTRO CARNAVAL'
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Palavras
Aluviões de palavras
corroem as cordilheiras.
Densas nuvens de palavras
limitam os horizontes.
Os batalhões de palavras
concentram as agressões.
Há loucura de palavras
a brotar por entre as pedras
de inumeráveis caminhos.
Ao passarem as palavras,
brilhará, límpido e eterno,
o Verbo esquecido.
1970
Helena Kolody
In: Sinfonia da vida
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
PASSO A PASSO
Os passos são andaimes interiores
Com que construo a habitação da espera.
Chovem horas em volta até que um dia
Alguém descobre infiltrações no tempo.
Tudo está só. Tudo são passos sós;
Eles que vivem soterrando as asas.
Por isso os dias doem por entre as rosas
Que afasto em busca de uma dor sem flores.
Depois (pobre depois – nome de um nome;
Coisa que é coisa porque as coisas partem
Envelhecendo a infância do futuro)...
Os passos são fraturas no meu voo;
Oprimidos retalhos do infinito;
Portos viajando no porão de um barco.
Homero Frei
In “Sonetos Brancos” (1998)
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
A primavera
A vida se alastra das flores da relva,
cordeiro resistiu-se só da ramagem,
das flores florente da aragem da selva,
do aroma da jovem história da aragem.
Ausente do sépia da serra do fardo
da nuvem amarga do escuro sonurno,
dos dengos do morno dilúvio do prado,
do azul se perfez do bramido soturno.
O prado arrefece-se silvo da relva,
do hino do grilo, passar nesta tarde,
pastando dos alvos cordeiros da malva.
A vida lastreia neste prado da relva,
cordeiro pascido tão só sem alarde,
do sol que precata do douro da salva.
Eric Ponty
de ' 50 POEMAS ecolhidos pelo autor'
Quatro Estações - A Primavera
- A Primavera regressa - no livro
Visite o blog do autor:
http://ericponty.blogspot.com/
Antologia poética on line.
Do meio dia à eternidade
Eu percorro por estas ruas tão vazias,
olhando-me através desses transeuntes,
predizendo-me entre essa paisagem,
com meu olhar do meio dia à eternidade.
Vazio nestes instantes que divago,
percebo-me como ave necessária,
seja por entre as árvores plumárias,
dilúvio cotidiano pela estrada.
O mar apoderava o desespero,
floresta dos rebanhos brios difíceis,
então as águas eram superfície!
As corridas das ondas entre ventos,
estuário dessa alma tão longínqua,
do jovem rio estava ali nas fontes.
Eric Ponty
(Minas Gerais)
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
BLIND BORGES
La vasta y vaga y necesaria muerte.
Jorge Luis Borges: Blind Pew
A vasta e vaga morte, esse outro sonho,
não é só outro sonho: é a mais remota
ilha de ouro a que nossa derrota
nos leva, inexorável, sonho a sonho.
Latidos pelos cães, sonho após sonho,
sonhamos. Esta é a vida, a vela, a rota
do homem: sonhar. E em áurea praia ignota
sonha o que sonha o sonhador, que é sonho.
Isto é o que pulsa em nós: o ansiado ouro
— distante e aqui, no coração —, tesouro
cuja procura tece a nossa sorte;
rumo que a alma singra e sagra em ouro
até chegar enfim a esse tesouro
incorruptível que nos sonha a morte.
Ruy Espinheira Filho
In Poesia Reunida e Inéditos (1966-1998)
Editora Record, 2a. ed.
Rio de Janeiro, 1998
SOBRE O MAR
Sobre o mar
meu espírito,
minhas lágrimas,
meus sonhos.
Nada de nada
resta,
ondas se atiram
sobre as pedras,
tudo se desfaz
em brancas espumas.
Do recomeço
resto cansado,
deitado na areia,
olhando o sol,
adormeço.
Monjeló
Publicado no Recanto das Letras em 30/12/2009
Código do texto: T2003091
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Luiz Alberto dos Santos Monjeló
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Superação
Aos que rejeitam meu espírito,
deixo a luz do perdão
ungido com bálsamo da esperança
e o perfume quase mudo da afeição
Com a calma sacra,
vôo para novos desafios
nas asas coloridas dos cânticos
que celebram a vida
Minha fragilidade exterminou
quando segurei a solidão,
buscando palavras certas
para caminhos desfeitos
Vi minha alma sozinha
procurando aquecer-se
da dor cansada de rastros incertos
Fiz das ilusões, belas gaivotas
voando livres e solitárias,
deixando meu canto aquecido
nas rendas do sol
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 29/01/10
Código do Texto: T2058346
POEMA
AURORAS E CREPÚSCULOS
Todo dia, na fimbria do horizonte
Surge a aurora num sonho embevecido;
Abre-se a flor que expande junto à fonte
Um perfume de amor apetecido.
Mas se o galho tristonho pende a fronte
Acobertando o ninho adormecido
No véu da noite, aconchegando o monte
Chega o crepúsculo em sombras envolvido.
Assim é a vida: flor desabrochada...
Imagem da esperança despertada
Da aurora à luz, de nívea claridade.
E como o berço onde adormece o dia,
No momento de paz da “Ave Maria”.
Esta vida é crepúsculo. É Saudade.
Bernardina Vilar
(Crato- CE- 1928-1997)
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
CANÇÃO DE VENTOS
Chove em meu coração,
que dita pequenas e inúteis guerras,
que abre portas e deixa escapar
certas notícias daquilo que desconheço,
e destas, das que desconfio...
(E a quem não interessar deva, ou possa!)
Quero admirar a ironia das pedras em sua
imóvel fúria de sal e sol,
e por vezes sombras,
algumas aves a lhe cochichar segredos de asas.
(E a quem não interessar deva, ou possa!)
Sinfonia marinha de ondas,
das vagas que movem
o mar as mesmas forças imóveis dos barcos
a gastar seus cascos no carinho caustico das ondas
(E a quem não interessar deva, ou possa!)
Ouvir certas cores que depõem a curva da tarde,
quando os olhos, só os olhos, pedem que tudo termine em
Silêncio , apenas.
(Georgio Rios)
Blog do autor:
www.georgio-rios.blogspot.com
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domingo, 28 de fevereiro de 2010
III (Março)
Março abre os cômodos da casa.
Chegam formigas, pulgões, macacos
E nas embaúbas se instalam.
Preguiças úmidas prateadas
também em mim
se hospedam
em simbioses mais raras.
(F. Campanella)
Poema da série 'Efemérides
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Fernando Campanella
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
E-Book
Um pouco da bela poesia de Bernardina Vilar,
poeta cearense nascida em Crato 22-05-1928,
falecida em 21-12-1997.
E-book criado por Regina Helena, sobrinha da poeta e minha querida amiga.
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Bernardina Vilar
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
IV
Não é do sono que nasce
nem de obscuras palavras
mas da luz que me ilumina
os braços, olhos e face.
Nasce de estranhos presságios
submersos nos meus sentidos
esta encantação de pássaros
que voam da minha fala.
Nasce talvez dos meus gestos
de recônditos segredos
e são as minhas secretas
alegrias e meus medos.
São meus transes, meus instantes
que me possuem com a beleza
de extrair corpos e plumas
das tábuas da minha mesa.
São minhas múltiplas horas
de alucinados prazeres
em que me assistem transidos
o anoitecer e as auroras.
Ah dom de inventar-me alado
e voar com os meus vocábulos
sem espaços que limitem
meus pés no chão repousados.
Foed Castro Chamma
De Narceja - antologia de poesia. São Paulo, 1959
(Paraná- 1927- Rio de Janeiro 2010)
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Foed Castro Chamma
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
A solidão e sua porta
(dedicada a Francisco Brennand)
Quando mais nada existir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha).
Quando pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha
a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida
com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.
Carlos Pena Filho
(Pernambuco 1929- Recife 1960)
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Carlos Pena Filho
domingo, 21 de fevereiro de 2010
As vezes
As vezes só olho
telhados cinzentos,
janelas fechadas
casas descoloridas
pelo tempo.
Me perco então
na solidão
dos meus pensamentos,
em um triste silêncio.
Em Outras, invento
mil cores,
a procura das aves,
a beira da praia,
vejo a espuma do mar
tão alva,tão limpa.
Vejo nas tardes
o céu tomado pelo sol,
que foge a se esonder
lentamente.
Me pego criança,
feliz a brincar
com minhas lembranças,
parece que
está tudo em paz.
Monjeló
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Luiz Alberto dos Santos Monjeló
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
E-book
Livro com textos do escritor colombiano Gabriel García Márques, formatado e presenteado pela amiga Regina Helena.
*Clique na setinha para ler o livro.
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Gabriel Garcia Marques
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
'O OUTRO CARNAVAL'
Fantasia,
que é fantasia, por favor?
Roupa-estardalhaço, maquilagem-loucura?
Ou antes, e principalmente,
brinquedo sigiloso, tão íntimo,
tão do meu sangue e nervos e eu oculto em mim,
que ninguém percebe, e todos os dias
exibo na passarela sem espectadores?
(Carlos Drummond de Andrade)
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Carlos Drummond de Andrade
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Palavras
Aluviões de palavras
corroem as cordilheiras.
Densas nuvens de palavras
limitam os horizontes.
Os batalhões de palavras
concentram as agressões.
Há loucura de palavras
a brotar por entre as pedras
de inumeráveis caminhos.
Ao passarem as palavras,
brilhará, límpido e eterno,
o Verbo esquecido.
1970
Helena Kolody
In: Sinfonia da vida
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Helena Kolody
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
PASSO A PASSO
Os passos são andaimes interiores
Com que construo a habitação da espera.
Chovem horas em volta até que um dia
Alguém descobre infiltrações no tempo.
Tudo está só. Tudo são passos sós;
Eles que vivem soterrando as asas.
Por isso os dias doem por entre as rosas
Que afasto em busca de uma dor sem flores.
Depois (pobre depois – nome de um nome;
Coisa que é coisa porque as coisas partem
Envelhecendo a infância do futuro)...
Os passos são fraturas no meu voo;
Oprimidos retalhos do infinito;
Portos viajando no porão de um barco.
Homero Frei
In “Sonetos Brancos” (1998)
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Homero Frei
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
A primavera
A vida se alastra das flores da relva,
cordeiro resistiu-se só da ramagem,
das flores florente da aragem da selva,
do aroma da jovem história da aragem.
Ausente do sépia da serra do fardo
da nuvem amarga do escuro sonurno,
dos dengos do morno dilúvio do prado,
do azul se perfez do bramido soturno.
O prado arrefece-se silvo da relva,
do hino do grilo, passar nesta tarde,
pastando dos alvos cordeiros da malva.
A vida lastreia neste prado da relva,
cordeiro pascido tão só sem alarde,
do sol que precata do douro da salva.
Eric Ponty
de ' 50 POEMAS ecolhidos pelo autor'
Quatro Estações - A Primavera
- A Primavera regressa - no livro
Visite o blog do autor:
http://ericponty.blogspot.com/
Antologia poética on line.
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Eric Ponty
Do meio dia à eternidade
Eu percorro por estas ruas tão vazias,
olhando-me através desses transeuntes,
predizendo-me entre essa paisagem,
com meu olhar do meio dia à eternidade.
Vazio nestes instantes que divago,
percebo-me como ave necessária,
seja por entre as árvores plumárias,
dilúvio cotidiano pela estrada.
O mar apoderava o desespero,
floresta dos rebanhos brios difíceis,
então as águas eram superfície!
As corridas das ondas entre ventos,
estuário dessa alma tão longínqua,
do jovem rio estava ali nas fontes.
Eric Ponty
(Minas Gerais)
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Eric Ponty
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
BLIND BORGES
La vasta y vaga y necesaria muerte.
Jorge Luis Borges: Blind Pew
A vasta e vaga morte, esse outro sonho,
não é só outro sonho: é a mais remota
ilha de ouro a que nossa derrota
nos leva, inexorável, sonho a sonho.
Latidos pelos cães, sonho após sonho,
sonhamos. Esta é a vida, a vela, a rota
do homem: sonhar. E em áurea praia ignota
sonha o que sonha o sonhador, que é sonho.
Isto é o que pulsa em nós: o ansiado ouro
— distante e aqui, no coração —, tesouro
cuja procura tece a nossa sorte;
rumo que a alma singra e sagra em ouro
até chegar enfim a esse tesouro
incorruptível que nos sonha a morte.
Ruy Espinheira Filho
In Poesia Reunida e Inéditos (1966-1998)
Editora Record, 2a. ed.
Rio de Janeiro, 1998
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Ruy Espinheira Filho
SOBRE O MAR
Sobre o mar
meu espírito,
minhas lágrimas,
meus sonhos.
Nada de nada
resta,
ondas se atiram
sobre as pedras,
tudo se desfaz
em brancas espumas.
Do recomeço
resto cansado,
deitado na areia,
olhando o sol,
adormeço.
Monjeló
Publicado no Recanto das Letras em 30/12/2009
Código do texto: T2003091
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Luiz Alberto dos Santos Monjeló
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Superação
Aos que rejeitam meu espírito,
deixo a luz do perdão
ungido com bálsamo da esperança
e o perfume quase mudo da afeição
Com a calma sacra,
vôo para novos desafios
nas asas coloridas dos cânticos
que celebram a vida
Minha fragilidade exterminou
quando segurei a solidão,
buscando palavras certas
para caminhos desfeitos
Vi minha alma sozinha
procurando aquecer-se
da dor cansada de rastros incertos
Fiz das ilusões, belas gaivotas
voando livres e solitárias,
deixando meu canto aquecido
nas rendas do sol
Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 29/01/10
Código do Texto: T2058346
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Conceição Bentes
POEMA
nada a desenhar
sob o diamante do ollhar
poeta no abismo
medular
nem há no fundo
do coração do mundo
sonho ou vento demiurgo
que tudo venha explicar
carne ou metáfora — não importa —
sendo nada tudo alcança:
o poeta é a viagem
mesmo contra a esperança
Afonso Henriques Neto
(Minas Gerais)
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Afonso Henriques Neto
AURORAS E CREPÚSCULOS
Todo dia, na fimbria do horizonte
Surge a aurora num sonho embevecido;
Abre-se a flor que expande junto à fonte
Um perfume de amor apetecido.
Mas se o galho tristonho pende a fronte
Acobertando o ninho adormecido
No véu da noite, aconchegando o monte
Chega o crepúsculo em sombras envolvido.
Assim é a vida: flor desabrochada...
Imagem da esperança despertada
Da aurora à luz, de nívea claridade.
E como o berço onde adormece o dia,
No momento de paz da “Ave Maria”.
Esta vida é crepúsculo. É Saudade.
Bernardina Vilar
(Crato- CE- 1928-1997)
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Bernardina Vilar
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
CANÇÃO DE VENTOS
Chove em meu coração,
que dita pequenas e inúteis guerras,
que abre portas e deixa escapar
certas notícias daquilo que desconheço,
e destas, das que desconfio...
(E a quem não interessar deva, ou possa!)
Quero admirar a ironia das pedras em sua
imóvel fúria de sal e sol,
e por vezes sombras,
algumas aves a lhe cochichar segredos de asas.
(E a quem não interessar deva, ou possa!)
Sinfonia marinha de ondas,
das vagas que movem
o mar as mesmas forças imóveis dos barcos
a gastar seus cascos no carinho caustico das ondas
(E a quem não interessar deva, ou possa!)
Ouvir certas cores que depõem a curva da tarde,
quando os olhos, só os olhos, pedem que tudo termine em
Silêncio , apenas.
(Georgio Rios)
Blog do autor:
www.georgio-rios.blogspot.com
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