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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
NOTURNO
Com seus dedos invisíveis
balança o vento a cortina,
muito leve, levemente,
tal farrapo de neblina.
A luz argêntea da lua
parece uma asa de vespa
tremulando suavemente
sobre um lago de água crespa.
Pela vidraça entreaberta,
iludindo que entra alguém,
entra o vento, sai o vento,
num noturno de Chopin.
E os teus dedos, no teclado
de marfim envelhecido,
são dez pássaros pousados
num trigal reflorecido.
De repente o vento cessa.
Uma nuvem tolda o luar.
Desce em pregas a cortina
e fica à música no ar...
Alfredo Cumplido de Santana
In Poemas e Legendas
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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
NOTURNO
Com seus dedos invisíveis
balança o vento a cortina,
muito leve, levemente,
tal farrapo de neblina.
A luz argêntea da lua
parece uma asa de vespa
tremulando suavemente
sobre um lago de água crespa.
Pela vidraça entreaberta,
iludindo que entra alguém,
entra o vento, sai o vento,
num noturno de Chopin.
E os teus dedos, no teclado
de marfim envelhecido,
são dez pássaros pousados
num trigal reflorecido.
De repente o vento cessa.
Uma nuvem tolda o luar.
Desce em pregas a cortina
e fica à música no ar...
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