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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Diálogo Interior...
Ante o infinito,
Cismo e medito.
Mas vou pensando
E interrogando.
Dialogo a esmo
Comigo mesmo.
— Tudo convida
A amar a vida.
— E amar se deve
A um bem tão breve?
A vida é bela
No que revela...
— Mas como existe
O homem tão triste?
— A vida é a luta
Divina e bruta.
— Onde o heroísmo:
Páramo ou abismo?
— A vida encerra
Os bens da terra.
— Se esses dons temos,
Por que sofremos?
— A vida inquieta
É a mais completa.
— Mas por que a alma
Aspira à calma?
— A vida é intensa
Para quem pensa.
— E onde a esperança,
Que não descansa?
— A vida é pura
Quando há ventura.
— E por que sinto
A ânsia do instinto?
— A vida é chama,
Que apura e inflama.
— Por que a resumo
Em névoa e fumo?
— A vida é a glória
Sempre ilusória.
— Mas como é insano
O sonho humano?
— A eterna esfinge
Ninguém atinge...
— Que reticências
Nas existências!
Da Costa e Silva
(Piauí -1885-1950)
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Diálogo Interior...
Ante o infinito,
Cismo e medito.
Mas vou pensando
E interrogando.
Dialogo a esmo
Comigo mesmo.
— Tudo convida
A amar a vida.
— E amar se deve
A um bem tão breve?
A vida é bela
No que revela...
— Mas como existe
O homem tão triste?
— A vida é a luta
Divina e bruta.
— Onde o heroísmo:
Páramo ou abismo?
— A vida encerra
Os bens da terra.
— Se esses dons temos,
Por que sofremos?
— A vida inquieta
É a mais completa.
— Mas por que a alma
Aspira à calma?
— A vida é intensa
Para quem pensa.
— E onde a esperança,
Que não descansa?
— A vida é pura
Quando há ventura.
— E por que sinto
A ânsia do instinto?
— A vida é chama,
Que apura e inflama.
— Por que a resumo
Em névoa e fumo?
— A vida é a glória
Sempre ilusória.
— Mas como é insano
O sonho humano?
— A eterna esfinge
Ninguém atinge...
— Que reticências
Nas existências!
Da Costa e Silva
(Piauí -1885-1950)
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