Quem é alguém que caminha
Toda a manhã com tristeza
Dentro de minhas roupas, perdido
Além do sonho e da rua?
Das roupas que vão crescendo
Como se levassem nos bolsos
Doces geografias, pensamentos
De além do sonho e da rua?
Alguém a cada momento
Vem morrer no longe horizonte
Do meu quarto, onde esse alguém
É vento, barco, continente.
Alguém me diz toda a noite
Coisas em voz que não ouço.
- Falemos na viagem, eu lembro.
Alguém me fala na viagem.
João Cabral de Melo Neto
Seja bem-vindo. Hoje é
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
FILHO PRÓDIGO
I
Ele me olha
com a expectativa do mundo.
Sonda o que sei,
pensa que eu sei.
II
Ele me acompanha
com os olhos da vida.
Mira o que dei,
julga o que eu sei.
III
Ele me abraça
com os anos da infância.
Acha que sou rei,
acredita que eu voltei.
IV
Ele me beija
com os lábios da inocência.
Escolhe as palavras,
multiplica suas vidas.
V
Ele me descobre
no ocaso da existência.
Confere o que sei:
já sabe que não sou rei.
Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
Foto do poeta e seu filho Leonardo.
Assinar:
Postagens (Atom)
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
A Viagem
Quem é alguém que caminha
Toda a manhã com tristeza
Dentro de minhas roupas, perdido
Além do sonho e da rua?
Das roupas que vão crescendo
Como se levassem nos bolsos
Doces geografias, pensamentos
De além do sonho e da rua?
Alguém a cada momento
Vem morrer no longe horizonte
Do meu quarto, onde esse alguém
É vento, barco, continente.
Alguém me diz toda a noite
Coisas em voz que não ouço.
- Falemos na viagem, eu lembro.
Alguém me fala na viagem.
João Cabral de Melo Neto
Toda a manhã com tristeza
Dentro de minhas roupas, perdido
Além do sonho e da rua?
Das roupas que vão crescendo
Como se levassem nos bolsos
Doces geografias, pensamentos
De além do sonho e da rua?
Alguém a cada momento
Vem morrer no longe horizonte
Do meu quarto, onde esse alguém
É vento, barco, continente.
Alguém me diz toda a noite
Coisas em voz que não ouço.
- Falemos na viagem, eu lembro.
Alguém me fala na viagem.
João Cabral de Melo Neto
Marcadores:
João Cabral De Melo Neto
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
FILHO PRÓDIGO
I
Ele me olha
com a expectativa do mundo.
Sonda o que sei,
pensa que eu sei.
II
Ele me acompanha
com os olhos da vida.
Mira o que dei,
julga o que eu sei.
III
Ele me abraça
com os anos da infância.
Acha que sou rei,
acredita que eu voltei.
IV
Ele me beija
com os lábios da inocência.
Escolhe as palavras,
multiplica suas vidas.
V
Ele me descobre
no ocaso da existência.
Confere o que sei:
já sabe que não sou rei.
Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
Foto do poeta e seu filho Leonardo.
Marcadores:
Jairo De Britto
Assinar:
Postagens (Atom)