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terça-feira, 23 de março de 2010
Acordes de Outono
Veio o outono em tons castanhos
e esse vento de desatino,
leva e traz em meio às folhas,
ao longe...o som de um violino.
Foram-se as primaveras e os verões!
Na rodopiante roda do tempo,
giram inexoráveis as estações!
A cada novo outono
fico mais perto de meu inverno,
caem minhas flores,
amadurecem meus frutos.
Só o coração...é eterno menino.
E o vento continua trazendo
perdidos em sua dobras,
pálidos acordes de violino.
Lenise Marques
(Quaraí- RS)
sexta-feira, 19 de março de 2010
Kleistiana
(Bernd Heinrich Wilhelm von Kleist)
Há noites que não durmo dentro poema,
dos sonhos azuis outros ainda densos,
da árvore da primeira árvore prima,
àquela em que Kleist disse à consciência.
Sim, inocência, apesar deste grito,
desbragada legião despidos anjos!
Se Aquela árvore só conhecimento,
retornamos ao estado de inocência?
Nesta insonia percebo-lhe finito,
da imagem outra, espelho de tão côncavo,
através de uma saída ao infinito.
Tem-se desta consciência infinita,
quis dizer, no fantoche ou deste Deus,
neste teatro devasso de nossa alma?
Eric Ponty - (revisto)
Há noites que não durmo dentro poema,
dos sonhos azuis outros ainda densos,
da árvore da primeira árvore prima,
àquela em que Kleist disse à consciência.
Sim, inocência, apesar deste grito,
desbragada legião despidos anjos!
Se Aquela árvore só conhecimento,
retornamos ao estado de inocência?
Nesta insonia percebo-lhe finito,
da imagem outra, espelho de tão côncavo,
através de uma saída ao infinito.
Tem-se desta consciência infinita,
quis dizer, no fantoche ou deste Deus,
neste teatro devasso de nossa alma?
Eric Ponty - (revisto)
Creio que o autor refre-se a Bernd Heinrich Wilhelm von Kleist
(Frankfurt an der Oder, 18 de Outubro de 1777 – Berlim-Wannsee, 21 de novembro de 1811) foi um poeta, romancista, dramaturgo e contista alemão, que cometria suicidio em 1.811 as margens do Wannsee.
Terna usura treva escura
p/ Stella Leonardos
Minha percepção é presságio,
apanágio conserva o pão.
Vem à mente lançar-se fio,
Minha percepção é presságio,
da iluminação sem estágio,
pura reserva coração,
Minha percepção é presságio,
apanágio conserva o pão.
Da clâmide sempre ramagem,
lanço-me sozinho à curva!
È meu marinho antissolar,
da clâmide sempre ramagem,
que desta terra serro turva,
resguardo-me deste mentar,
Da clâmide sempre ramagem,
lanço-me sozinho à curva!
Quando me ausentar de culpa,
pensar ação deste caminho?
Terna usura treva escura,
quando me ausentar de culpa,
de poder cantar formosura,
da árvore deste seu raminho?
Quando me ausentar de culpa,
pensar ação deste caminho?
Eric Ponty
Clique no nome do autor e irá visitar o blogger dele.
A TARDE ÀS VEZES ME CONVIDA
(Foto by Fernando Campanella)
A tarde às vezes me convida
para um volteio nos campos
entre contornos de montes
ante o silêncio de uma ermida
a uma luz inclinada
por um certo sopro de outono
em transperências de azul
às vezes a tarde me quer voo
por entre as nuvens compartidas
- a tarde se esquece às vezes
louca e lindamente
que não tenho o descompromisso
das aves, que sou gente.
Fernando Campanella
(Poema dedicado à minha querida amiga Maria Madalena)
quarta-feira, 17 de março de 2010
SAUDADE
(a Guilherme de Almeida)
A saudade é o limite da presença,
estar em nós daquilo que é distante,
desejo de tocar que apenas pensa,
contorno doloroso do que era antes.
Saudade é um ser sozinho descontente
um amor contraído, não rendido,
um passado insistindo em ser presente
e a mágoa de perder no pertencido.
Saudade, irreversível tempo, espaço
da ausência, sensação em nós premente
de ser amor somente leve traço
num sonho vão de posse permanente.
Saudade, desterrada raiz, vida
que se prolonga e sabe que é perdida.
Lupe Cotrim
São Paulo
(16 de março de 1933 —
18 de fevereiro de 1970)
HOMENAGEM A MARAVILHOSA POETISA QUE ESTARIA COMPLETANDO 77 ANOS DIA 16/03/2010)
terça-feira, 9 de março de 2010
NÃO LIGA,NÃO
Não liga não! a vida é mesmo assim.
Há tempo de chegar, de ir embora,
há tempo de sorrir, para quem chora,
tempo de ser começo e de ser fim.
Planta rosa vermelha no jardim
e esquece o preto-e-branco que há lá fora.
Aquece o coração, cantando, agora,
um soneto, ao amor dizendo "sim"!
Não liga não! A vida tem seu preço:
a cada novo fim, novo começo.
Recomeça a viver o amor, então!
Se voltar a vivê-lo não tem jeito
renasce o amor antigo no teu peito,
E se ela não voltar, não liga não!
Ronaldo Cunha Lima
In As flores na janela sem ninguém...
Poesia colhida no jardim de Dione,aqui:
'Gotas de Poesia e outras essências'
Clique e faça uma visitinha, vc vai gostar!
terça-feira, 2 de março de 2010
CADÊNCIA
Se venta, noto que falta
O pássaro autor do vento,
Como se pautas cantassem
Sem notas nem movimento.
Se passam pássaros penso
Onde é que o vento ficou?
Como se a vida só fosse
A morte que se atrasou.
Mas quando o vento retorna
Durante um pássaro, eu sei
Que de nós três só eu mesmo
Não vou, não fico e voltei!
Homero Frei
in Lado Alado
'CAIXA DOIS'
(Miguel Barceló)
Se saudade é sentimento,
Muito mais é associação
Entre as sobras do talento
E a escassa recordação.
Rego com o próximo agora
A flor que quero lembrar.
E o bem que doía outrora
Começa a me perfumar.
O lucro é o poema. E o divido
Comigo mesmo; afinal,
Dos que já devo ter sido,
Metade é meu capital.
Homero Frei
in Lado Alado
segunda-feira, 1 de março de 2010
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terça-feira, 23 de março de 2010
Acordes de Outono
Veio o outono em tons castanhos
e esse vento de desatino,
leva e traz em meio às folhas,
ao longe...o som de um violino.
Foram-se as primaveras e os verões!
Na rodopiante roda do tempo,
giram inexoráveis as estações!
A cada novo outono
fico mais perto de meu inverno,
caem minhas flores,
amadurecem meus frutos.
Só o coração...é eterno menino.
E o vento continua trazendo
perdidos em sua dobras,
pálidos acordes de violino.
Lenise Marques
(Quaraí- RS)
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Lenise Marques
sexta-feira, 19 de março de 2010
Kleistiana
(Bernd Heinrich Wilhelm von Kleist)
Há noites que não durmo dentro poema,
dos sonhos azuis outros ainda densos,
da árvore da primeira árvore prima,
àquela em que Kleist disse à consciência.
Sim, inocência, apesar deste grito,
desbragada legião despidos anjos!
Se Aquela árvore só conhecimento,
retornamos ao estado de inocência?
Nesta insonia percebo-lhe finito,
da imagem outra, espelho de tão côncavo,
através de uma saída ao infinito.
Tem-se desta consciência infinita,
quis dizer, no fantoche ou deste Deus,
neste teatro devasso de nossa alma?
Eric Ponty - (revisto)
Há noites que não durmo dentro poema,
dos sonhos azuis outros ainda densos,
da árvore da primeira árvore prima,
àquela em que Kleist disse à consciência.
Sim, inocência, apesar deste grito,
desbragada legião despidos anjos!
Se Aquela árvore só conhecimento,
retornamos ao estado de inocência?
Nesta insonia percebo-lhe finito,
da imagem outra, espelho de tão côncavo,
através de uma saída ao infinito.
Tem-se desta consciência infinita,
quis dizer, no fantoche ou deste Deus,
neste teatro devasso de nossa alma?
Eric Ponty - (revisto)
Creio que o autor refre-se a Bernd Heinrich Wilhelm von Kleist
(Frankfurt an der Oder, 18 de Outubro de 1777 – Berlim-Wannsee, 21 de novembro de 1811) foi um poeta, romancista, dramaturgo e contista alemão, que cometria suicidio em 1.811 as margens do Wannsee.
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Terna usura treva escura
p/ Stella Leonardos
Minha percepção é presságio,
apanágio conserva o pão.
Vem à mente lançar-se fio,
Minha percepção é presságio,
da iluminação sem estágio,
pura reserva coração,
Minha percepção é presságio,
apanágio conserva o pão.
Da clâmide sempre ramagem,
lanço-me sozinho à curva!
È meu marinho antissolar,
da clâmide sempre ramagem,
que desta terra serro turva,
resguardo-me deste mentar,
Da clâmide sempre ramagem,
lanço-me sozinho à curva!
Quando me ausentar de culpa,
pensar ação deste caminho?
Terna usura treva escura,
quando me ausentar de culpa,
de poder cantar formosura,
da árvore deste seu raminho?
Quando me ausentar de culpa,
pensar ação deste caminho?
Eric Ponty
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A TARDE ÀS VEZES ME CONVIDA
(Foto by Fernando Campanella)
A tarde às vezes me convida
para um volteio nos campos
entre contornos de montes
ante o silêncio de uma ermida
a uma luz inclinada
por um certo sopro de outono
em transperências de azul
às vezes a tarde me quer voo
por entre as nuvens compartidas
- a tarde se esquece às vezes
louca e lindamente
que não tenho o descompromisso
das aves, que sou gente.
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SAUDADE
(a Guilherme de Almeida)
A saudade é o limite da presença,
estar em nós daquilo que é distante,
desejo de tocar que apenas pensa,
contorno doloroso do que era antes.
Saudade é um ser sozinho descontente
um amor contraído, não rendido,
um passado insistindo em ser presente
e a mágoa de perder no pertencido.
Saudade, irreversível tempo, espaço
da ausência, sensação em nós premente
de ser amor somente leve traço
num sonho vão de posse permanente.
Saudade, desterrada raiz, vida
que se prolonga e sabe que é perdida.
Lupe Cotrim
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(16 de março de 1933 —
18 de fevereiro de 1970)
HOMENAGEM A MARAVILHOSA POETISA QUE ESTARIA COMPLETANDO 77 ANOS DIA 16/03/2010)
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NÃO LIGA,NÃO
Não liga não! a vida é mesmo assim.
Há tempo de chegar, de ir embora,
há tempo de sorrir, para quem chora,
tempo de ser começo e de ser fim.
Planta rosa vermelha no jardim
e esquece o preto-e-branco que há lá fora.
Aquece o coração, cantando, agora,
um soneto, ao amor dizendo "sim"!
Não liga não! A vida tem seu preço:
a cada novo fim, novo começo.
Recomeça a viver o amor, então!
Se voltar a vivê-lo não tem jeito
renasce o amor antigo no teu peito,
E se ela não voltar, não liga não!
Ronaldo Cunha Lima
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CADÊNCIA
Se venta, noto que falta
O pássaro autor do vento,
Como se pautas cantassem
Sem notas nem movimento.
Se passam pássaros penso
Onde é que o vento ficou?
Como se a vida só fosse
A morte que se atrasou.
Mas quando o vento retorna
Durante um pássaro, eu sei
Que de nós três só eu mesmo
Não vou, não fico e voltei!
Homero Frei
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(Miguel Barceló)
Se saudade é sentimento,
Muito mais é associação
Entre as sobras do talento
E a escassa recordação.
Rego com o próximo agora
A flor que quero lembrar.
E o bem que doía outrora
Começa a me perfumar.
O lucro é o poema. E o divido
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