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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

''Busca nova ilusão''


Sempre alguma coisa fica
Dos nossos sonhos coloridos
Sonhos idos e vividos
Devidos ou indevidos
Resta uma saudade rica
Que empobrece a cada hora
Até que um dia vai embora
Pra longe sem deixar pistas
E o sofrido coração
Busca nova ilusão.

Walter Dimenstein 
 Homenagem ao médico e poeta pernambucano, Walter Dimenstein,
(16.12.1924/ 25.10.2009).

''RENASCER''



Se o amor finda com a vida até o fim te amarei,
porém se assim não for um eterno amor darei.
Que mais posso jurar? Ou mais te prometer?
Meu poder é pequeno e mais não posso fazer.

Se há amor além da vida agradeço tal sorte.
Ó que sublime oferta o amar depois da morte.
Que bom te ter agora e após o perecer,
amar-te eternamente, o que mais posso querer?

Amar sem um parar, eis dádiva maior.
Pergunto aos que se amam se há um bem melhor?
E se nosso reencontro é a meta mais forte,
tudo, tudo desdenho, até mesmo da morte.

Sou um abrasado amante e preciso do teu lenho.
Recordo o poeta , afirmando com empenho:
muito amor mata o amor, porém de amor morrer
é puro reviver, mágico renascer.


Walter Dimenstein

''E onde pousa não faz ninho''



Por possuir só momentos
Fugazes como os ventos
A felicidade tão falada
Não foi bem interpretada
Pois a mesma é passageira
Uma ilusão feiticeira
Uma espera que desespera
Lembra um dócil passarinho
Que voa e pousa e de novo voa
E onde pousa não faz ninho.

Walter Dimenstein

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

''Discurso da Primavera''



Há tantos diálogos
Diálogo com o ser amado
o semelhante
o diferente
o indiferente
o oposto
o adversário
o surdo-mudo
o possesso
o irracional
o vegetal
o mineral
o inominado

Diálogo consigo mesmo
com a noite
os astros
os mortos
as ideias
o sonho
o passado
o mais que futuro

Escolhe teu diálogo
e
tua melhor palavra
ou
teu melhor silêncio.
Mesmo no silêncio e com o silêncio
dialogamos.


Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

''CRIANÇAS''






DIA 12 DE OUTUBRO , ANIVERSÁRIO DA POETISA HELENA KOLODY, DIA DA CRIANÇA NO BRASIL !

Brincam à margem da correnteza
Não indagam a origem do rio

Amam esta água necessária.
Aceitam o mistério sem surpresa

Helena Kolody
de Tempo

(Tela de Arthur Elsley)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

'O TESOURO DAS HORAS'

A cada novo dia,
 a vida me oferece
 o tesouro das horas,
 inteiramente minhas.

 Helena Kolody
in Correnteza

Homenagem a grande poetisa Helena Kolody, pela passagem do centenário de seu nascimento.

''Crepúsculo de Abril''



Cruz Machado (PR), em 12 de outubro de 1912, e faleceu em Curitiba (PR), em 15 de fevereiro de 2004.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

''2''


A flor abriu nos caminhos do abismo.

Mãos desfeitas colheram-na
nos caminhos do abismo,
e as pétalas inocentes não murcharam.

A flor azul abriu no deserto silente.

Mãos crispadas colheram-na
no deserto silente
e as pétalas virginais não se crestaram.

A flor azul abriu no píncaro alto e puro.

Mãos sagradas colheram-na
no píncaro alto e puro,
e as pétalas miraculosas não tombaram.

E nos caminhos tristes,
no deserto,
no píncaro,

os Poetas cantaram. . .


Tasso da Silveira
In: Puro Canto

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

''Busca nova ilusão''


Sempre alguma coisa fica
Dos nossos sonhos coloridos
Sonhos idos e vividos
Devidos ou indevidos
Resta uma saudade rica
Que empobrece a cada hora
Até que um dia vai embora
Pra longe sem deixar pistas
E o sofrido coração
Busca nova ilusão.

Walter Dimenstein 
 Homenagem ao médico e poeta pernambucano, Walter Dimenstein,
(16.12.1924/ 25.10.2009).

''RENASCER''



Se o amor finda com a vida até o fim te amarei,
porém se assim não for um eterno amor darei.
Que mais posso jurar? Ou mais te prometer?
Meu poder é pequeno e mais não posso fazer.

Se há amor além da vida agradeço tal sorte.
Ó que sublime oferta o amar depois da morte.
Que bom te ter agora e após o perecer,
amar-te eternamente, o que mais posso querer?

Amar sem um parar, eis dádiva maior.
Pergunto aos que se amam se há um bem melhor?
E se nosso reencontro é a meta mais forte,
tudo, tudo desdenho, até mesmo da morte.

Sou um abrasado amante e preciso do teu lenho.
Recordo o poeta , afirmando com empenho:
muito amor mata o amor, porém de amor morrer
é puro reviver, mágico renascer.


Walter Dimenstein

''E onde pousa não faz ninho''



Por possuir só momentos
Fugazes como os ventos
A felicidade tão falada
Não foi bem interpretada
Pois a mesma é passageira
Uma ilusão feiticeira
Uma espera que desespera
Lembra um dócil passarinho
Que voa e pousa e de novo voa
E onde pousa não faz ninho.

Walter Dimenstein

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

''Discurso da Primavera''



Há tantos diálogos
Diálogo com o ser amado
o semelhante
o diferente
o indiferente
o oposto
o adversário
o surdo-mudo
o possesso
o irracional
o vegetal
o mineral
o inominado

Diálogo consigo mesmo
com a noite
os astros
os mortos
as ideias
o sonho
o passado
o mais que futuro

Escolhe teu diálogo
e
tua melhor palavra
ou
teu melhor silêncio.
Mesmo no silêncio e com o silêncio
dialogamos.


Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

''CRIANÇAS''






DIA 12 DE OUTUBRO , ANIVERSÁRIO DA POETISA HELENA KOLODY, DIA DA CRIANÇA NO BRASIL !

Brincam à margem da correnteza
Não indagam a origem do rio

Amam esta água necessária.
Aceitam o mistério sem surpresa

Helena Kolody
de Tempo

(Tela de Arthur Elsley)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

'O TESOURO DAS HORAS'

A cada novo dia,
 a vida me oferece
 o tesouro das horas,
 inteiramente minhas.

 Helena Kolody
in Correnteza

Homenagem a grande poetisa Helena Kolody, pela passagem do centenário de seu nascimento.

''Crepúsculo de Abril''



Cruz Machado (PR), em 12 de outubro de 1912, e faleceu em Curitiba (PR), em 15 de fevereiro de 2004.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

''2''


A flor abriu nos caminhos do abismo.

Mãos desfeitas colheram-na
nos caminhos do abismo,
e as pétalas inocentes não murcharam.

A flor azul abriu no deserto silente.

Mãos crispadas colheram-na
no deserto silente
e as pétalas virginais não se crestaram.

A flor azul abriu no píncaro alto e puro.

Mãos sagradas colheram-na
no píncaro alto e puro,
e as pétalas miraculosas não tombaram.

E nos caminhos tristes,
no deserto,
no píncaro,

os Poetas cantaram. . .


Tasso da Silveira
In: Puro Canto