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terça-feira, 21 de agosto de 2012

UM POEMA DENISON MENDES


A palavra bebeu demais, doces licores, perdeu o sentido, fez um striptease. Mais tarde, envergonhada, não soube o que dizer.

Denison Mendes

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"A NOITE"


Um vento fresco e suave entre os pinhais murmura;
A Noite, aos ombros solta a desgrenhada coma,
No seu plaustro de crepe, entre as nuvens assoma ...
Tornam-se o campo e o céu de uma cor mais escura.

Um novo aspecto em tudo. um novo e bom aroma
De látiros exala a amplíssima verdura.
Num hausto longo, a Noite, aos ares a frescura
Doce, entreabrindo a flor dos negros lábios, toma ...

Por vales e rechãs caminha, passo a passo,
Atento o ouvido, à escuta ... E no seu plaustro enorme
Cujo rumor desperta a placidez do espaço,

À encantada região das estrelas se eleva ...
E, ao ver que dorme o espaço e o mundo inteiro dorme,
Volve, quieta, de novo, à habitação da treva.


Francisca Júlia
in Poesias

''HORAS INTERMINÁVEIS''



. . . sem consciência de poemas com janelas
de arvores que lhes arrancaram seus frutos
de flor que mentiu sua cor
de rio que perdeu seu curso sem avisos
de vozes que se sufocaram na choupana dos deuses
de exércitos que se perderam sem fronteiras de vitórias
de crucificações nas almas já sepultadas
de paredes a amordaçarem esperanças-verdes
de queixas sobre versos não falantes dos infinitos buscas.


de todas as horas sem inteligência
para dizerem da religião dos afogados
dos afogados sem amor.


de todas as horas
a clamarem pelo universo de todos os tristes
quando desejam
comungar intenções Deus.



Alvina Nunes Tzovenos
In: Palavras ao Tempo

terça-feira, 21 de agosto de 2012

UM POEMA DENISON MENDES


A palavra bebeu demais, doces licores, perdeu o sentido, fez um striptease. Mais tarde, envergonhada, não soube o que dizer.

Denison Mendes

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"A NOITE"


Um vento fresco e suave entre os pinhais murmura;
A Noite, aos ombros solta a desgrenhada coma,
No seu plaustro de crepe, entre as nuvens assoma ...
Tornam-se o campo e o céu de uma cor mais escura.

Um novo aspecto em tudo. um novo e bom aroma
De látiros exala a amplíssima verdura.
Num hausto longo, a Noite, aos ares a frescura
Doce, entreabrindo a flor dos negros lábios, toma ...

Por vales e rechãs caminha, passo a passo,
Atento o ouvido, à escuta ... E no seu plaustro enorme
Cujo rumor desperta a placidez do espaço,

À encantada região das estrelas se eleva ...
E, ao ver que dorme o espaço e o mundo inteiro dorme,
Volve, quieta, de novo, à habitação da treva.


Francisca Júlia
in Poesias

''HORAS INTERMINÁVEIS''



. . . sem consciência de poemas com janelas
de arvores que lhes arrancaram seus frutos
de flor que mentiu sua cor
de rio que perdeu seu curso sem avisos
de vozes que se sufocaram na choupana dos deuses
de exércitos que se perderam sem fronteiras de vitórias
de crucificações nas almas já sepultadas
de paredes a amordaçarem esperanças-verdes
de queixas sobre versos não falantes dos infinitos buscas.


de todas as horas sem inteligência
para dizerem da religião dos afogados
dos afogados sem amor.


de todas as horas
a clamarem pelo universo de todos os tristes
quando desejam
comungar intenções Deus.



Alvina Nunes Tzovenos
In: Palavras ao Tempo