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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

d' água que brota na fonte do ser



vou saciar a sede eterna
cantar com a chuva mansa
cambiar sentimentos
tudo que ilumina o sorriso criança

serei as asas
orvalhadas
nas águas cristalinas de suas retinas
gritarei seu nome ao infinito
completar o nada
com o brilho do amanhecer


José Geraldo Neres
(São Paulo)

domingo, 25 de outubro de 2009

"Púrpuras"



Na púrpura do Verso o outro do Sonho ardente,
Fio a fio, teci. Era manhã! Radiava
Em pleno azul meu belo sol adolescente.
E o meu Sonho, a essa luz, resplendia e cantava.

Como a enrediça, a vida, indomada e ascendente,
Por minha mocidade em mil voltas serpeava.
E tudo, no esplendor de um mundo renascente,
Sonoro, multicor, multímodo, vibrava.

Musa, que não gemeu flébil, magoada e langue:
Vivaz, tonto de luz, salta o primeiro verso,
Ao primeiro rebate estuoso do meu sangue.

Ó seivas tropicais! Ó sonoras luxúrias!
Mundo excelso do Sonho, esvoaçando, disperso,
No incontentado ardor dessas rimas purpúreas!


Arthur de Salles
In: ""Sete tons de uma poesia maior "
Uma leitura de Arthur Sales –Cláudio Veiga- Edt. Record 1984

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

ERMO ABSOLUTO



Desiludido da clemência humana,
Para a minha agonia de viver;
Arrastando comigo a caravana
Dos fantasmas que surgem do meu ser,


Busquei a solidão que nunca engana,
Onde, vendo-me virgem do prazer,
A poesia se fez Samaritana,
Para o azul da Amplidão dar-me a beber.


Mas, si eu, antigamente, era tristonho,
Agora, pelo Espaço, em pleno sonho,
Somente, acho extensão para os meus ais!


Somente, ébrio de abismos, quando grito,
Responde-me dos ermos do Infinito,
O silencio das cousas imortais.


Luis Carlos
In: Amplidão
(Rio de Janeiro- 1880-1932)
Membro da ABL

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ALBA



Não faz mal que amanheça devagar,
as flores não têm pressa nem os frutos:
sabem que a vagareza dos minutos
adoça mais o outono por chegar.
Portanto não faz mal que devagar
o dia vença a noite em seus redutos
do leste — o que nos cabe é ter enxutos
os olhos e a intenção de madrugar.


Geir Campos
in 'Cantigas de acordar mulher'

MORTE... VIDA...



Se existe um amanhã... Um "logo mais"...
Quem sabe, onde a certeza do momento?
Viver, morrer... É tudo tão fugaz...
Efêmero... Qual é o pensamento.

Se agora, aqui... Em breve o corpo jaz
em meio ao canto triste do lamento.
Os sonhos... São entregues ao jamais...
Os planos... Perdem-se em esquecimento.

O Agora é tua vida, teu instante,
traze bem junto a ti quem é distante,
quem dá sentido a tu'alma, ao teu amor.

Pois só o amor conduz à eternidade,
o mais... O mais é vão, tola vaidade,
que em si traz o vazio, angústia e dor!

- Patricia Neme -

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Trovas



Tudo muda... O tempo avança...
Vai-se a vida...O globo roda,
mas com lastros na esperança,
sonhar nunca sai de moda.

¨¨
Embelezo o meu viver
com sorriso, amor e empenho,
pra jamais vir a perder
os amigos que mantenho!

¨¨
Posso dizer que a esperança
Que a vida faz renascer,
É um mito que não se alcança,
Mas como ajuda a viver...


¨¨
''Como cultivo amizades
e sou bom agricultor,
irão escrever: "SAUDADES",
na campa aonde eu me for.''

Miguel Russowsky

(-21 de jundo de 1.923 + 03 de outubro de 2.009)
Nossas homenagens ao poeta recentemente falecido.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

É O MAR. . .



É o mar que permanece – é sempre o mar
das esperas, que acende
os olhos,
para no exausto coração deitar
o silencio das praias e das ondas
a lassidão; é o mar que permanece
e faz da solidão da criatura
a solidão da água
que a circunda.


Alphonsus de Guimaraens Filho
In: Antologia Poética

ANOITECER NA LAGOA



Os juncos flexíveis contemplam a noite chegar ocultando
o injusto reino dos homens – triste reino dos homens.
A grande sombra vai aos poucos se infiltrando, e com ela um
quase remorso,
a consciência de que tudo, ai de nós! podia ser mais belo.



Alphonsus de Guimaraens Filho
In: Antologia Poética

POEMA DE ANIVERSARIO



Foge o homem para o centro do deus que o persegue
e risca na própria pele a beleza da morte,
o provado desenho de uma infância, estas formas
que a minúcia do olhar recompõe na cegueira.


Já não sente os cavalos, nem recorda o que cerca
a sozinha indolência que revê no destino
de estar, rosto na relva, eterno e antigo, vindo
do sol sobre as clareiras para a limpa tristeza.


Segue os céus que repartem, entre o certo e o difuso,
o sonhar exilado do que breve lhe fica,
do que traz sobre os ombros, como achas, a vida,
só instante e distancia, pobre húmus sem uso.


E joga o ser chorado e o que foi (recolhido
na sobra do menino que lhe fala ao ouvido)
sobre o colo e o abandono do deus que flui, calado,
entre muros de cinza, solidão e cansaço.



Alberto da Costa e Silva
In: As Linhas da Mão (1978)
(São Paulo - 1931)

sábado, 10 de outubro de 2009

Além dos Sonhos



Vôo além dos sonhos,
no fictício azul
que a luz do horizonte deixa ver,
o ondulado da poeira morta
ante o suspiro de um lamento

Meus sonhos sem costuras,
elidem as palavras das arestas,
onde o silêncio especula
o palpável desalento

Estás além de tudo,
permaneces imponderável
nas hipotéticas estrelas,
ponto eqüidistante de partida e chegada,
passagem silenciosa do eterno sempre

Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 03/10/09
Código do Texto: T1845477

Passagens



Poderia ter sentido
o perfume da vida
passando entre as flores
que se encantam,
dissimulando asperezas
nas pétalas umedecidas

Prenderia tua imagem
no acústico de uma sonata,
no calor do sol ressacado
de um verão

O vento em suas rajadas afiadas,
cortará a saudade insuportável,
falando do amor
como quem fala da sede,
da fome, da dor.

Conceição Bentes
06/10/09

CHUVA?



Do céu cinzento, chega a chuva fina...
Vem mansamente, quase em desalento.
E chove, chove... Nunca que termina...
É chuva d’água... Ou chove sofrimento?

A terra dorme sob a gris neblina,
o tempo para, já não canta o vento...
Nem leve sol, a vida descortina...
É chuva d’água, ou chuva de lamento?

E vão-se o dia, noite, madrugada...
E sempre a chuva, tão desalentada...
Minh’alma indaga às nuvens: até quando?

Até que exista paz, amor, verdade,
e todo humano viva a boa-vontade...
Não vês? Não chove... Deus está chorando!

- Patrícia Neme -

PAI NOSSO


(Tadeusz Makovsky-1882-1932)

- porque há crianças... -

Pai nosso, Pai de toda a criançada,
estás longe no céu, por qual razão?
Te assusta tanta vida aniquilada,
Te agride ver a infância sem ter pão?

Do céu, ouves a mãe desempregada,
que implora por Tua Graça e Compaixão,
pra que a família seja alimentada
e os filhos tenham teto e educação?

Escutas a menina que é estuprada,
gritando de terror, dor, solidão?
E o jovem, cuja vida é ameaçada,
pra que seja, do tráfico, avião?

Tens visto que há criança escravizada
e, por salário, só ganha um tostão?
E aquela, que a chuva deixa assustada,
pois teme vá ao chão seu barracão?

Pai nosso, tanta coisa está errada...
Falta respeito, falta proteção...
Deixa, um pouquinho só, Tua morada,
vem cá, os filhos Teus estão sem chão!

- Patrícia Neme -

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

VELHO TEMA



Na carícia de místico segredo
vivia humilde como flor na gruta,
quando, a medo,
deixei o meu refúgio e o alvo manto
de meu pranto,
para confiar-te a triste calma
de minha alma.
Enfeitei toda a casa de guirlandas
como um presépio, e tremulo te disse
coisas brandas,
querendo unir a sombra dos meus olhos
aos teus olhos,
nesse tímido amor que é a beleza
da tristeza.

Mas quando te conheci que criado havia
nas linhas do teu corpo a branca estátua
da poesia,
riste ... enquanto aos meus olhos rasos de água
pela mágoa
vagava alguém num barco pelas brumas:
o amor resignado entre a ironia
das espumas.

Miguel Reale
In: 'Poemas do Amor e do Tempo'

Mercedes Sosa


Mercedes Sosa- San Miguel de Tucumán, 9 de julho de 1935
— Buenos Aires, 4 de outubro de 2009)



Mercedes se fue al cielo,
cantar para estrellas
que alumbran los ensueños de poetas.
Mercedes,
que buscaba libertad…
Ahora es pájaro libre
en la eternidad.
Así era necesario.
El hombre común ya no oye
las voces del miedo o dolor
que vienen del vientre de la tierra.
Pero un poeta…
Ese si conoce
el sentido del brillo
que una estrella encierra.
Mercedes se fue,
para que sus canciones de cuna
se transformen en canciones de amor,
en rimas llenas de paz.
Como Mercedes no pudo conocer…
Jamás!

- PAT -

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

d' água que brota na fonte do ser



vou saciar a sede eterna
cantar com a chuva mansa
cambiar sentimentos
tudo que ilumina o sorriso criança

serei as asas
orvalhadas
nas águas cristalinas de suas retinas
gritarei seu nome ao infinito
completar o nada
com o brilho do amanhecer


José Geraldo Neres
(São Paulo)

domingo, 25 de outubro de 2009

"Púrpuras"



Na púrpura do Verso o outro do Sonho ardente,
Fio a fio, teci. Era manhã! Radiava
Em pleno azul meu belo sol adolescente.
E o meu Sonho, a essa luz, resplendia e cantava.

Como a enrediça, a vida, indomada e ascendente,
Por minha mocidade em mil voltas serpeava.
E tudo, no esplendor de um mundo renascente,
Sonoro, multicor, multímodo, vibrava.

Musa, que não gemeu flébil, magoada e langue:
Vivaz, tonto de luz, salta o primeiro verso,
Ao primeiro rebate estuoso do meu sangue.

Ó seivas tropicais! Ó sonoras luxúrias!
Mundo excelso do Sonho, esvoaçando, disperso,
No incontentado ardor dessas rimas purpúreas!


Arthur de Salles
In: ""Sete tons de uma poesia maior "
Uma leitura de Arthur Sales –Cláudio Veiga- Edt. Record 1984

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

ERMO ABSOLUTO



Desiludido da clemência humana,
Para a minha agonia de viver;
Arrastando comigo a caravana
Dos fantasmas que surgem do meu ser,


Busquei a solidão que nunca engana,
Onde, vendo-me virgem do prazer,
A poesia se fez Samaritana,
Para o azul da Amplidão dar-me a beber.


Mas, si eu, antigamente, era tristonho,
Agora, pelo Espaço, em pleno sonho,
Somente, acho extensão para os meus ais!


Somente, ébrio de abismos, quando grito,
Responde-me dos ermos do Infinito,
O silencio das cousas imortais.


Luis Carlos
In: Amplidão
(Rio de Janeiro- 1880-1932)
Membro da ABL

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ALBA



Não faz mal que amanheça devagar,
as flores não têm pressa nem os frutos:
sabem que a vagareza dos minutos
adoça mais o outono por chegar.
Portanto não faz mal que devagar
o dia vença a noite em seus redutos
do leste — o que nos cabe é ter enxutos
os olhos e a intenção de madrugar.


Geir Campos
in 'Cantigas de acordar mulher'

MORTE... VIDA...



Se existe um amanhã... Um "logo mais"...
Quem sabe, onde a certeza do momento?
Viver, morrer... É tudo tão fugaz...
Efêmero... Qual é o pensamento.

Se agora, aqui... Em breve o corpo jaz
em meio ao canto triste do lamento.
Os sonhos... São entregues ao jamais...
Os planos... Perdem-se em esquecimento.

O Agora é tua vida, teu instante,
traze bem junto a ti quem é distante,
quem dá sentido a tu'alma, ao teu amor.

Pois só o amor conduz à eternidade,
o mais... O mais é vão, tola vaidade,
que em si traz o vazio, angústia e dor!

- Patricia Neme -

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Trovas



Tudo muda... O tempo avança...
Vai-se a vida...O globo roda,
mas com lastros na esperança,
sonhar nunca sai de moda.

¨¨
Embelezo o meu viver
com sorriso, amor e empenho,
pra jamais vir a perder
os amigos que mantenho!

¨¨
Posso dizer que a esperança
Que a vida faz renascer,
É um mito que não se alcança,
Mas como ajuda a viver...


¨¨
''Como cultivo amizades
e sou bom agricultor,
irão escrever: "SAUDADES",
na campa aonde eu me for.''

Miguel Russowsky

(-21 de jundo de 1.923 + 03 de outubro de 2.009)
Nossas homenagens ao poeta recentemente falecido.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

É O MAR. . .



É o mar que permanece – é sempre o mar
das esperas, que acende
os olhos,
para no exausto coração deitar
o silencio das praias e das ondas
a lassidão; é o mar que permanece
e faz da solidão da criatura
a solidão da água
que a circunda.


Alphonsus de Guimaraens Filho
In: Antologia Poética

ANOITECER NA LAGOA



Os juncos flexíveis contemplam a noite chegar ocultando
o injusto reino dos homens – triste reino dos homens.
A grande sombra vai aos poucos se infiltrando, e com ela um
quase remorso,
a consciência de que tudo, ai de nós! podia ser mais belo.



Alphonsus de Guimaraens Filho
In: Antologia Poética

POEMA DE ANIVERSARIO



Foge o homem para o centro do deus que o persegue
e risca na própria pele a beleza da morte,
o provado desenho de uma infância, estas formas
que a minúcia do olhar recompõe na cegueira.


Já não sente os cavalos, nem recorda o que cerca
a sozinha indolência que revê no destino
de estar, rosto na relva, eterno e antigo, vindo
do sol sobre as clareiras para a limpa tristeza.


Segue os céus que repartem, entre o certo e o difuso,
o sonhar exilado do que breve lhe fica,
do que traz sobre os ombros, como achas, a vida,
só instante e distancia, pobre húmus sem uso.


E joga o ser chorado e o que foi (recolhido
na sobra do menino que lhe fala ao ouvido)
sobre o colo e o abandono do deus que flui, calado,
entre muros de cinza, solidão e cansaço.



Alberto da Costa e Silva
In: As Linhas da Mão (1978)
(São Paulo - 1931)

sábado, 10 de outubro de 2009

Além dos Sonhos



Vôo além dos sonhos,
no fictício azul
que a luz do horizonte deixa ver,
o ondulado da poeira morta
ante o suspiro de um lamento

Meus sonhos sem costuras,
elidem as palavras das arestas,
onde o silêncio especula
o palpável desalento

Estás além de tudo,
permaneces imponderável
nas hipotéticas estrelas,
ponto eqüidistante de partida e chegada,
passagem silenciosa do eterno sempre

Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 03/10/09
Código do Texto: T1845477

Passagens



Poderia ter sentido
o perfume da vida
passando entre as flores
que se encantam,
dissimulando asperezas
nas pétalas umedecidas

Prenderia tua imagem
no acústico de uma sonata,
no calor do sol ressacado
de um verão

O vento em suas rajadas afiadas,
cortará a saudade insuportável,
falando do amor
como quem fala da sede,
da fome, da dor.

Conceição Bentes
06/10/09

CHUVA?



Do céu cinzento, chega a chuva fina...
Vem mansamente, quase em desalento.
E chove, chove... Nunca que termina...
É chuva d’água... Ou chove sofrimento?

A terra dorme sob a gris neblina,
o tempo para, já não canta o vento...
Nem leve sol, a vida descortina...
É chuva d’água, ou chuva de lamento?

E vão-se o dia, noite, madrugada...
E sempre a chuva, tão desalentada...
Minh’alma indaga às nuvens: até quando?

Até que exista paz, amor, verdade,
e todo humano viva a boa-vontade...
Não vês? Não chove... Deus está chorando!

- Patrícia Neme -

PAI NOSSO


(Tadeusz Makovsky-1882-1932)

- porque há crianças... -

Pai nosso, Pai de toda a criançada,
estás longe no céu, por qual razão?
Te assusta tanta vida aniquilada,
Te agride ver a infância sem ter pão?

Do céu, ouves a mãe desempregada,
que implora por Tua Graça e Compaixão,
pra que a família seja alimentada
e os filhos tenham teto e educação?

Escutas a menina que é estuprada,
gritando de terror, dor, solidão?
E o jovem, cuja vida é ameaçada,
pra que seja, do tráfico, avião?

Tens visto que há criança escravizada
e, por salário, só ganha um tostão?
E aquela, que a chuva deixa assustada,
pois teme vá ao chão seu barracão?

Pai nosso, tanta coisa está errada...
Falta respeito, falta proteção...
Deixa, um pouquinho só, Tua morada,
vem cá, os filhos Teus estão sem chão!

- Patrícia Neme -

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

VELHO TEMA



Na carícia de místico segredo
vivia humilde como flor na gruta,
quando, a medo,
deixei o meu refúgio e o alvo manto
de meu pranto,
para confiar-te a triste calma
de minha alma.
Enfeitei toda a casa de guirlandas
como um presépio, e tremulo te disse
coisas brandas,
querendo unir a sombra dos meus olhos
aos teus olhos,
nesse tímido amor que é a beleza
da tristeza.

Mas quando te conheci que criado havia
nas linhas do teu corpo a branca estátua
da poesia,
riste ... enquanto aos meus olhos rasos de água
pela mágoa
vagava alguém num barco pelas brumas:
o amor resignado entre a ironia
das espumas.

Miguel Reale
In: 'Poemas do Amor e do Tempo'

Mercedes Sosa


Mercedes Sosa- San Miguel de Tucumán, 9 de julho de 1935
— Buenos Aires, 4 de outubro de 2009)



Mercedes se fue al cielo,
cantar para estrellas
que alumbran los ensueños de poetas.
Mercedes,
que buscaba libertad…
Ahora es pájaro libre
en la eternidad.
Así era necesario.
El hombre común ya no oye
las voces del miedo o dolor
que vienen del vientre de la tierra.
Pero un poeta…
Ese si conoce
el sentido del brillo
que una estrella encierra.
Mercedes se fue,
para que sus canciones de cuna
se transformen en canciones de amor,
en rimas llenas de paz.
Como Mercedes no pudo conocer…
Jamás!

- PAT -