Seja bem-vindo. Hoje é

sábado, 26 de setembro de 2009

Ventos



Já nem sei quando sejam madrugadas
- ou dias plenos, de um viver ardente...
Pois pelas minhas mais sutis estradas,
um vento aflito busca-te, imprudente!

Cavalga amaro e nas fundas passadas,
lacera os sonhos da espera silente.
Espera antiga, de vidas passadas,
que não permite o agora em meu presente.

Cavalga o vento, dia ou madrugada...
E tem-me a vida, morta, devastada,
cativa eterna de um existir tão só...

Duma promessa, por ti, imolada...
Vento cortante, que esta alma cansada,
sopra ferino... E me reduz a pó!

- Patricia Neme -

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Primavera


(Photography by Fernando Campanella)

Ouro flutuando
pelos ramos desfolhados
nos ipês floridos.

Delores Pires

MUDANÇA




Cheia de neblina
a cidade, em verdade,
foge da rotina.


Delores Pires
em "O Livro dos Haicais"
(Crisiúma-SC)

CREPÚSCULO


(Photography by Dean Bertoncelj)


Luz de fim do dia.
E a tua imagem flutua...
Vaga nostalgia!


Delores Pires
em "O Livro dos Haicais"
(Crisiúma- SC)

O CÉU É SEMPRE O MESMO: AS NOSSAS ALMAS...



O céu é sempre o mesmo: as nossas almas
É que se mudam, contemplando-o. É certo.
Umas vezes está cheio de palmas;
Outras vezes é só como um deserto.

Quem sabe quando vem as horas calmas?
Quem sabe se a ventura vem bem perto?
Homem de carne infiel, em vão espalmas
As tuas asas pelo céu aberto.

O que nos cerca é a fugitiva imagem
Do que sentimos, do que longe vemos,
Sempre sofrendo, sempre em vassalagem.

A vida é um barco a voar. Soltem-se os remos...
Cada um de nós da morte é servo e pajem:
Somos felizes só porque morremos.


ALPHONSUS DE GUIMARAENS
In:"Obra completa"
(Organização de Alphonsus de Guimaraens Filho)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Poema da lentidão



O vento que chega lento
do mar adentro, do céu adentro,
é o vento do movimento
da flor, do enternecimento
que vem de ti, neste momento,
do teu sossego sonolento.

O vento que ao pensamento
me traz teu deslumbramento,
é o vento do firmamento.
Vento que dá sombra ao tempo,
paz e alento e movimento
ao teu sossego sonolento.

O vento que flui do centro
da noite, dos elementos,
é o vento do olhar imenso
de Deus, vento violento,
que me afoga para sempre
em teu sossego sonolento.


Francisco Carvalho
In 'Dimensão das Coisas'
(Ceará -1927)

Feliz Ano 5.770 !!!



Minhas sinceras homenagens a todo povo judeu, Feliz Ano 5.770,
שתהיה לך שנה מתוקה נפלאה ומלאה בדברים טובים

שנה טובה

sábado, 19 de setembro de 2009

Tempo Imediato


Belíssima formatação da amiga Kátia.

SOMBRA



A tarde entrou pela janela, como um hálito.
Na transparência do ar, que tem cheiro de mato,
Uma andorinha passa perdida, voa sem pressa.


No espelho imóvel dos brejos
A água prolonga o céu e uma primeira estrela.
O crepúsculo vem vindo, desce dos morros.


Não tarda, o véu sutil feito de cinza esparsa
Todo me envolvera em sua grande sombra
E outras estrelas brilharão na água dos brejos.


Ribeiro Couto
In: Melhores Poemas

CICLO




Primeiro folha macia,
Vida tenra à luz do dia
Sonhando um dia ser flor.


Logo após botão formado
Que desabrocha deslumbrado
Para a luz e para a cor.


Depois uma flor selvagem
Meio arisca na folhagem
Sem saber o que é o amor.


Afinal fruto e semente.
Novas folhas, novas flores,
Novas vidas novamente.
E os mesmos sonhos e amores.



Stella Leonardos
In: Pedaço de Madrugada
(Rio de Janeiro- 1923)

Estação das Flores



És a estação que divide vidas
trocas o frio
pelo perfume do olhar
que embala emoções

Trazes as cores sem podas
e no sulco da terra,
labirintos se formam
do verde que ressurge,
nas flores concebidas
cuja fonte não se esgota

É mais uma festa,
revestindo a natureza
com a incidência das cores
que retalham horizontes


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 18/09/09
Código do Texto: T1817371

Sementes de luz



Nasce, vive, renasce!
almas são doações de amor,
socorrem sem receber,
doam-se até no adeus

Renascem em cada gesto,
na ingratidão nada protestam,
dentro de si, são muito mais

Têm alegrias transparentes
entusiastas pelos caminhos,
de mãos dadas com o que são,
levando no vento tantos exílios
memórias que não desenharão.


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 14/09/09
Código do Texto: T1809381

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sobre as horas



porto é lugar da memória
atrelemos o desejo às ondas -

somos barcos, frágeis barcos
sobre as horas

Fernando Campanella

domingo, 13 de setembro de 2009

Soneto de Natal




"Mudaria o Natal ou mudei eu?
Machado de Assis"



Mudaria o Natal ou mudo iria
Mudar sempre o menino o mundo em tudo?
Ou fui só quem mudei, e meu escudo
Novidadeiro, múltiplo, daria
Ao mudadiço mito da alegria
Em noite tão mutável jeito mudo?
O homem é mudador, muda de estudo,
De mucama, de verso, pouso, dia,
Porque a muda modula esse desnudo
Renascimento em palha, e molda e afia
O instrumento da troca, o fim miúdo,
A noite amena erguendo-se em poesia.
Mudei eu sempre sem saber que mudo
Ou somente o Natal me mudaria?

Nova York, Natal de 1965


Antonio Olinto
(Antonio Olyntho Marques da Rocha,
Minas Gerais 10/05/1919 -
Rio de Janeiro 12/09/2009)
-Academia Brasileira de Letras, Cadeira nº8-

Nossas homenagens ao poeta ontem falecido.

sábado, 12 de setembro de 2009

SAUDADE


(Photo by Philipe Sainte-Laudy)


Na solidão na penumbra do amanhecer.
Via você na noite, nas estrelas, nos planetas,
nos mares, no brilho do sol e no anoitecer.
Via você no ontem , no hoje, no amanhã...
Mas não via você no momento.
Que saudade...

O luar
O luar, é a luz do Sol que está sonhando
O tempo não pára! A saudade é que faz as coisas pararem no tempo...
...os verdadeiros versos não são para embalar, mas para abalar...
A grande tristeza dos rios é não poderem levar a tua imagem...

Mário Quintana

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

"SONETO DO GOSTO DE CINZA"




Levo um gosto de cinza pela boca,
uma assembléia doida de cansaços,
e uma tristeza, uma agonia louca,
como a dor que transborda dos meus braços
e se desmancha em rios pela terra
e arrasta os peixes todos para o anzol
e põe dentro de mim confusa guerra
e resiste ao luar, resiste ao sol,
desce em meu coração como um castigo
e me tem de mim mesmo dividido.
Mas tu, sereno sonho, porto, abrigo
contra os ventos do abismo ressentido,
farás do incêndio amargo destas horas
o berço de suavíssimas auroras.


Odylo Costa Filho
in Cantiga Incompleta

quinta-feira, 10 de setembro de 2009



O dia que consegues fazer alguém sorrir,
alguém se sentir feliz, percebes que valeu a pena viver.

Cida Luz



Quero deixar registrado no dia de hoje, o aniversário da nossa poeta CIda Luz!
Uma menina encantadora, uma das poetas mais amadas e seguidas de nosso espaço virtual!
Querida amiga, seja muito feliz, que as bençãos do Senhor estejam sempre contigo,
que os ventos da Alegria, do Amor e da Paz sejam constantes em tua vida!

Beijos carinhosos de todos nós.
10/09/2009


''Bem-vindo amado...''


'Bem-vindo ao meu mundo calado...
Sinta-se em casa, pouse em meu coração.
Traga alegria que há muito já não o habita.
Venha desarmado, traga paz e acalanto.

Cante doce melodia qual rouxinol na minha janela.
Traga flores...As mais belas e perfumadas!
Pinte um quadro que traduza imensa harmonia...
Observe meu devaneio...Sinta o ar romântico que me rodeia...

Conceda-me uma dança e descubras pueril contentamento.
Convide-me a caminhar contigo...Dê-me tua mão.
Silencie as palavras e olha-me...Saberei o que dizes.
E caso a ternura neles eu venha encontrar,
Serás então meu amado...Eternamente bem-vindo.'


Cida Luz
19/11/07

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

PRIMAVERA E VIDA



Manhã alegre,
canto de cigarra,
sol colorido,
natureza em flor.
É primavera nas nuvens brancas,
no azul festivo.
Borboleta
perpassa o ar
perfumado.
Pousa
na árvore
revestida
de brotos verdes.
É primavera
lá fora,
no pássaro que voa
beijando a flor,
no inseto que zumbe,
nas folhas clorofiladas,
nas pessoas...
É primavera.
Alegria.
Vida...


Delores Pires
In A Estrela e a Busca

sábado, 5 de setembro de 2009

FIM DE FESTA



Ensaio um assobio
mas a arvore enfadada pede que me cale.
Na noite os ramos tem sono,
o cansaço do ar esta parado.


De fato, vejo que a madrugada é muito antiga.
Em sua noz, minha alegria não altera o silencio,
O peso das portas que dormem.


Recolho o hálito de festa.
O frescor do mentol,
o ruído do sapato novo,
um passo deixando outro
- eis o que posso rescaldar no caminho de volta,
antes que amanheça.



Alcides Villaça
In: Viagem de Trem

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Fitamos o silêncio



Procuramos saídas
para as canções
que se fazem lentas
como a brisa mansa das tormentas

Nosso silêncio feito de vento
pousou no brilho do tempo
sem metas nem lamentos
tentando reter o instante
que jamais viveremos

Basta o brilho do sonho,
a incerteza da espera
temendo que a distância nos anoiteça
fazendo da liberdade,
a prisão de nossas almas.

Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 31/08/09
Código do Texto: T1784138

À MESMA HORA


(Photography by Antonio Carlos Januário)

À mesma hora, no mesmo lugar,
eu caminhava entre árvores
e espremia nos dedos
o mudo cipreste
roçando o acridoce olfato
ao silêncio de meu nariz

mas naquele instante
entre cúmplices imagens
quando a sombra me tece
e o sem- fundo do lago me diz
no frescor do mais contido sumo
cheirei a poesia, como do nada

e caminhei sobre águas -
o naufrágio por um triz.


Fernando Campanella

sábado, 26 de setembro de 2009

Ventos



Já nem sei quando sejam madrugadas
- ou dias plenos, de um viver ardente...
Pois pelas minhas mais sutis estradas,
um vento aflito busca-te, imprudente!

Cavalga amaro e nas fundas passadas,
lacera os sonhos da espera silente.
Espera antiga, de vidas passadas,
que não permite o agora em meu presente.

Cavalga o vento, dia ou madrugada...
E tem-me a vida, morta, devastada,
cativa eterna de um existir tão só...

Duma promessa, por ti, imolada...
Vento cortante, que esta alma cansada,
sopra ferino... E me reduz a pó!

- Patricia Neme -

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Primavera


(Photography by Fernando Campanella)

Ouro flutuando
pelos ramos desfolhados
nos ipês floridos.

Delores Pires

MUDANÇA




Cheia de neblina
a cidade, em verdade,
foge da rotina.


Delores Pires
em "O Livro dos Haicais"
(Crisiúma-SC)

CREPÚSCULO


(Photography by Dean Bertoncelj)


Luz de fim do dia.
E a tua imagem flutua...
Vaga nostalgia!


Delores Pires
em "O Livro dos Haicais"
(Crisiúma- SC)

O CÉU É SEMPRE O MESMO: AS NOSSAS ALMAS...



O céu é sempre o mesmo: as nossas almas
É que se mudam, contemplando-o. É certo.
Umas vezes está cheio de palmas;
Outras vezes é só como um deserto.

Quem sabe quando vem as horas calmas?
Quem sabe se a ventura vem bem perto?
Homem de carne infiel, em vão espalmas
As tuas asas pelo céu aberto.

O que nos cerca é a fugitiva imagem
Do que sentimos, do que longe vemos,
Sempre sofrendo, sempre em vassalagem.

A vida é um barco a voar. Soltem-se os remos...
Cada um de nós da morte é servo e pajem:
Somos felizes só porque morremos.


ALPHONSUS DE GUIMARAENS
In:"Obra completa"
(Organização de Alphonsus de Guimaraens Filho)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Poema da lentidão



O vento que chega lento
do mar adentro, do céu adentro,
é o vento do movimento
da flor, do enternecimento
que vem de ti, neste momento,
do teu sossego sonolento.

O vento que ao pensamento
me traz teu deslumbramento,
é o vento do firmamento.
Vento que dá sombra ao tempo,
paz e alento e movimento
ao teu sossego sonolento.

O vento que flui do centro
da noite, dos elementos,
é o vento do olhar imenso
de Deus, vento violento,
que me afoga para sempre
em teu sossego sonolento.


Francisco Carvalho
In 'Dimensão das Coisas'
(Ceará -1927)

Feliz Ano 5.770 !!!



Minhas sinceras homenagens a todo povo judeu, Feliz Ano 5.770,
שתהיה לך שנה מתוקה נפלאה ומלאה בדברים טובים

שנה טובה

sábado, 19 de setembro de 2009

Tempo Imediato


Belíssima formatação da amiga Kátia.

SOMBRA



A tarde entrou pela janela, como um hálito.
Na transparência do ar, que tem cheiro de mato,
Uma andorinha passa perdida, voa sem pressa.


No espelho imóvel dos brejos
A água prolonga o céu e uma primeira estrela.
O crepúsculo vem vindo, desce dos morros.


Não tarda, o véu sutil feito de cinza esparsa
Todo me envolvera em sua grande sombra
E outras estrelas brilharão na água dos brejos.


Ribeiro Couto
In: Melhores Poemas

CICLO




Primeiro folha macia,
Vida tenra à luz do dia
Sonhando um dia ser flor.


Logo após botão formado
Que desabrocha deslumbrado
Para a luz e para a cor.


Depois uma flor selvagem
Meio arisca na folhagem
Sem saber o que é o amor.


Afinal fruto e semente.
Novas folhas, novas flores,
Novas vidas novamente.
E os mesmos sonhos e amores.



Stella Leonardos
In: Pedaço de Madrugada
(Rio de Janeiro- 1923)

Estação das Flores



És a estação que divide vidas
trocas o frio
pelo perfume do olhar
que embala emoções

Trazes as cores sem podas
e no sulco da terra,
labirintos se formam
do verde que ressurge,
nas flores concebidas
cuja fonte não se esgota

É mais uma festa,
revestindo a natureza
com a incidência das cores
que retalham horizontes


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 18/09/09
Código do Texto: T1817371

Sementes de luz



Nasce, vive, renasce!
almas são doações de amor,
socorrem sem receber,
doam-se até no adeus

Renascem em cada gesto,
na ingratidão nada protestam,
dentro de si, são muito mais

Têm alegrias transparentes
entusiastas pelos caminhos,
de mãos dadas com o que são,
levando no vento tantos exílios
memórias que não desenharão.


Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 14/09/09
Código do Texto: T1809381

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sobre as horas



porto é lugar da memória
atrelemos o desejo às ondas -

somos barcos, frágeis barcos
sobre as horas

Fernando Campanella

domingo, 13 de setembro de 2009

Soneto de Natal




"Mudaria o Natal ou mudei eu?
Machado de Assis"



Mudaria o Natal ou mudo iria
Mudar sempre o menino o mundo em tudo?
Ou fui só quem mudei, e meu escudo
Novidadeiro, múltiplo, daria
Ao mudadiço mito da alegria
Em noite tão mutável jeito mudo?
O homem é mudador, muda de estudo,
De mucama, de verso, pouso, dia,
Porque a muda modula esse desnudo
Renascimento em palha, e molda e afia
O instrumento da troca, o fim miúdo,
A noite amena erguendo-se em poesia.
Mudei eu sempre sem saber que mudo
Ou somente o Natal me mudaria?

Nova York, Natal de 1965


Antonio Olinto
(Antonio Olyntho Marques da Rocha,
Minas Gerais 10/05/1919 -
Rio de Janeiro 12/09/2009)
-Academia Brasileira de Letras, Cadeira nº8-

Nossas homenagens ao poeta ontem falecido.

sábado, 12 de setembro de 2009

SAUDADE


(Photo by Philipe Sainte-Laudy)


Na solidão na penumbra do amanhecer.
Via você na noite, nas estrelas, nos planetas,
nos mares, no brilho do sol e no anoitecer.
Via você no ontem , no hoje, no amanhã...
Mas não via você no momento.
Que saudade...

O luar
O luar, é a luz do Sol que está sonhando
O tempo não pára! A saudade é que faz as coisas pararem no tempo...
...os verdadeiros versos não são para embalar, mas para abalar...
A grande tristeza dos rios é não poderem levar a tua imagem...

Mário Quintana

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

"SONETO DO GOSTO DE CINZA"




Levo um gosto de cinza pela boca,
uma assembléia doida de cansaços,
e uma tristeza, uma agonia louca,
como a dor que transborda dos meus braços
e se desmancha em rios pela terra
e arrasta os peixes todos para o anzol
e põe dentro de mim confusa guerra
e resiste ao luar, resiste ao sol,
desce em meu coração como um castigo
e me tem de mim mesmo dividido.
Mas tu, sereno sonho, porto, abrigo
contra os ventos do abismo ressentido,
farás do incêndio amargo destas horas
o berço de suavíssimas auroras.


Odylo Costa Filho
in Cantiga Incompleta

quinta-feira, 10 de setembro de 2009



O dia que consegues fazer alguém sorrir,
alguém se sentir feliz, percebes que valeu a pena viver.

Cida Luz



Quero deixar registrado no dia de hoje, o aniversário da nossa poeta CIda Luz!
Uma menina encantadora, uma das poetas mais amadas e seguidas de nosso espaço virtual!
Querida amiga, seja muito feliz, que as bençãos do Senhor estejam sempre contigo,
que os ventos da Alegria, do Amor e da Paz sejam constantes em tua vida!

Beijos carinhosos de todos nós.
10/09/2009


''Bem-vindo amado...''


'Bem-vindo ao meu mundo calado...
Sinta-se em casa, pouse em meu coração.
Traga alegria que há muito já não o habita.
Venha desarmado, traga paz e acalanto.

Cante doce melodia qual rouxinol na minha janela.
Traga flores...As mais belas e perfumadas!
Pinte um quadro que traduza imensa harmonia...
Observe meu devaneio...Sinta o ar romântico que me rodeia...

Conceda-me uma dança e descubras pueril contentamento.
Convide-me a caminhar contigo...Dê-me tua mão.
Silencie as palavras e olha-me...Saberei o que dizes.
E caso a ternura neles eu venha encontrar,
Serás então meu amado...Eternamente bem-vindo.'


Cida Luz
19/11/07

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

PRIMAVERA E VIDA



Manhã alegre,
canto de cigarra,
sol colorido,
natureza em flor.
É primavera nas nuvens brancas,
no azul festivo.
Borboleta
perpassa o ar
perfumado.
Pousa
na árvore
revestida
de brotos verdes.
É primavera
lá fora,
no pássaro que voa
beijando a flor,
no inseto que zumbe,
nas folhas clorofiladas,
nas pessoas...
É primavera.
Alegria.
Vida...


Delores Pires
In A Estrela e a Busca

sábado, 5 de setembro de 2009

FIM DE FESTA



Ensaio um assobio
mas a arvore enfadada pede que me cale.
Na noite os ramos tem sono,
o cansaço do ar esta parado.


De fato, vejo que a madrugada é muito antiga.
Em sua noz, minha alegria não altera o silencio,
O peso das portas que dormem.


Recolho o hálito de festa.
O frescor do mentol,
o ruído do sapato novo,
um passo deixando outro
- eis o que posso rescaldar no caminho de volta,
antes que amanheça.



Alcides Villaça
In: Viagem de Trem

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Fitamos o silêncio



Procuramos saídas
para as canções
que se fazem lentas
como a brisa mansa das tormentas

Nosso silêncio feito de vento
pousou no brilho do tempo
sem metas nem lamentos
tentando reter o instante
que jamais viveremos

Basta o brilho do sonho,
a incerteza da espera
temendo que a distância nos anoiteça
fazendo da liberdade,
a prisão de nossas almas.

Conceição Bentes
Publicado no Recanto das Letras em 31/08/09
Código do Texto: T1784138

À MESMA HORA


(Photography by Antonio Carlos Januário)

À mesma hora, no mesmo lugar,
eu caminhava entre árvores
e espremia nos dedos
o mudo cipreste
roçando o acridoce olfato
ao silêncio de meu nariz

mas naquele instante
entre cúmplices imagens
quando a sombra me tece
e o sem- fundo do lago me diz
no frescor do mais contido sumo
cheirei a poesia, como do nada

e caminhei sobre águas -
o naufrágio por um triz.


Fernando Campanella